Cashin recebe investimentos de R$ 7 milhões da Bertha Capital, Thales e WE Impact

Compartilhar

A Cashin, primeira plataforma 100% online de pagamento de prêmios digitais, acaba de receber uma nova rodada de investimentos de R$ 7 milhões, liderada pela gestora de fundos de investimento Bertha Capital. O aporte conta com recursos da Thales, líder global em alta tecnologia, no Brasil, e também com a WE Impact, primeira Venture Builder dedicada ao empreendedorismo feminino em tecnologia do Brasil, além do FIP FIEAM. Assim, o total já investido na startup chega a R$ 10 milhões.

Fundada em 2018 pelas empreendedoras Nani Gordon e Luciana Ramos, a fintech atende mais de 100 empresas. Além disso, possui cerca de 80 mil usuários e já transacionou via plataforma R$ 60 milhões, de janeiro a setembro deste ano, mais que dobrando a sua performance de R$ 25 milhões em todo o ano de 2021.

Segundo Luciana Ramos, CEO da Cashin, com o investimento recebido, a empresa pretende otimizar a plataforma, lançar novas features e aumentar as equipes de tecnologia e comercial. “Além disso, este montante irá acelerar a implementação de projetos que estão no nosso pipeline. Estamos em pleno desenvolvimento de novos recursos de inteligência de dados estratégicos para nossos clientes corporativos, que serão lançados até o fim do ano. Já para março de 2023, está previsto o lançamento de uma versão da nossa plataforma em SaaS [software as a service] para atingir também pequenas e médias empresas (PMEs), ampliando o nosso público-alvo. Hoje atendemos majoritariamente grandes empresas”, diz.

Diferenciais da Cashin

Com o propósito de modernizar o mercado de trade marketing e prêmios digitais, geralmente distribuídos por meio de cartões presente físicos, a Cashin oferece uma plataforma que atende tanto as corporações quanto os colaboradores. Na plataforma das empresas, é possível comprar os créditos e distribuí-los em lotes, o que colabora com o compliance. As companhias ainda recebem o histórico das operações com extratos, comprovantes, rastreamento do uso dos prêmios e métricas sobre o comportamento dos usuários, assim como uma planilha de dados exportável. Dentre os clientes estão empresas como Ambev, Burger King, Coca Cola, Nestlé, Fini e Grupo Arezzo.

Já os colaboradores podem se cadastrar sem burocracia, usando apenas o nome e o telefone para resgatar prêmios em forma de cupons, saques e serviços financeiros, como transferência para bancos, pagamento de contas ou recarga de celular, o que garante maior flexibilidade. A Cashin também oferece opções de cartão físico ou virtual e lançou uma funcionalidade de pagamento via QR Code Crédito em maquininhas. Assim, a startup entrega os prêmios de benefício de maneira imediata, ao mesmo tempo em que elimina problemas como a necessidade de estoques físicos de premiações, altos custos com equipe e envios, logística complexa, além de longas auditorias para a definição dos prêmios e falta de registro das operações.

Mercado aquecido

A partir de 2017, com a revisão da lei trabalhista e a regulamentação da distribuição de incentivos e premiação nas empresas, esse mercado se tornou ainda mais aquecido. De acordo com a AMPRO (Associação de Marketing Promocional), a movimentação do setor no Brasil é estimada em mais de R$ 40 bilhões por ano. Em sua última pesquisa, realizada em 2019, a entidade ainda apontou que 98% das companhias reconhecem a eficácia dos prêmios na melhora do desempenho dos funcionários e essa prática já é adotada por 56% delas.

Para Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, o fato da startup criar pontes e digitalizar a relação entre grandes corporações e toda a cadeia de colaboradores foi o que chamou a atenção e contribuiu para a decisão dos fundos que administra investirem no negócio.

“A operação da Cashin é muito interessante, pois mistura elementos de uma fintech com os de uma sales tech. A estrutura de carteira digital permite que qualquer empresa de cadeia longa possa bonificar os colaboradores diretos ou indiretos. Essa escalabilidade digital, a facilidade de execução das campanhas para companhias com milhares de funcionários e a possibilidade de medir o impacto de cada uma delas são ferramentas poderosas. Tudo isso conversa muito com a proposta da Bertha de conectar startups inovadoras a grandes companhias, como a Thales. Com o aporte, esperamos que a Cashin se torne cada vez mais automatizada, lance novos serviços e seja um braço importante de diversas corporações”, diz Moreira.

“Ter a Cashin como uma das selecionadas para receber os investimentos da Thales no Brasil reforça a nossa aposta em empresas com foco em inovação digital. Além da solidez do negócio, a nossa escolha teve como motivação a oportunidade de incentivar externamente lideranças femininas como fazemos dentro da empresa” afirma Luciano Macaferri Rodrigues, Diretor-Geral da Thales no Brasil.

Já a relação entre a Cashin e a WE Impact teve início em 2020, quando a startup participou do programa de desenvolvimento da Venture Builder. De acordo com Lícia Souza, fundadora e CEO da WE Impact, o alinhamento cultural com as empreendedoras foi decisivo para o investimento.

“As sócias são profissionais extremamente eficientes em tudo o que se propõem a fazer e, assim como nós aqui da WE Impact, acreditam no papel vital da equidade de gênero e da diversidade para construir um ecossistema mais inclusivo, mais inovador e mais lucrativo. A ótima usabilidade da plataforma – tanto para as empresas clientes como para os promotores e representantes de vendas, que recebem seus prêmios de incentivo via app – combinada à inteligência de dados nessa distribuição é algo que realmente se diferencia de tudo o que existe no mercado. A startup traz uma solução completa, resolvendo uma grande dor da indústria na jornada do trade marketing”, finaliza Souza.