A escola de tecnologia Trybe anuncia hoje a finalização de uma rodada de captação série B, no valor de R$ 145 milhões (USD 27 milhões). O investimento foi liderado por Base Partners e Untitled e contou com a participação de XP Inc., Global Founders Capital, Endeavor Scale Up Ventures, Verde, Luxor, Hans Tung, managing partner da GGV, entre outros. O aporte leva o valor de mercado da edtech, fundada em agosto de 2019, a R$ 1,3 bilhão (USD 252 milhões).
“Nos sentimos honrados pela confiança. Sobretudo, cientes da responsabilidade que temos com as nossas pessoas estudantes, investidores e todo o time para estarmos à frente de nossa missão: gerar oportunidade na vida das pessoas”, diz Matheus Goyas, cofundador e CEO da Trybe.
As áreas de Educação, Tecnologia, Produto e Dados da empresa serão os principais destinos dos recursos levantados. Já para o próximo ano, a Trybe pretende reproduzir a alta qualidade de seu curso em Desenvolvimento Web para outras formações: Dados, Mobile e Cibersegurança são alguns dos currículos à vista para pessoas interessadas em estudar na edtech. Com a previsão de terminar 2021 com cerca de 3 mil pessoas estudantes (hoje, são aproximadamente 2,2 mil), e chegando à sua 20ª turma, a edtech registra 94% de suas pessoas formadas trabalhando na área de tecnologia.
“Toda a qualidade que construímos para o nosso curso de Desenvolvimento de software será replicada para as novas formações que ofereceremos a partir do ano que vem”, diz Goyas. “A espinha dorsal da Trybe, desde a fundação, é a educação de alta qualidade, capaz de transformar vidas, voltada para aquilo que o mercado espera de profissionais em tecnologia. Estamos crescendo em um ritmo que preserva a qualidade acima de qualquer outra prioridade.”
A metodologia de ensino da edtech é própria e exigente. São 6 horas por dia, considerando estudos e aulas online e ao vivo, que vão de segunda a sexta-feira, ao longo de 12 meses. Além disso, as pessoas dedicam, ao menos, 2 horas de estudo adicional diariamente. No dia a dia, remoto e ao vivo, as pessoas estudantes aprendem desenvolvimento web (são quatro os módulos, ao longo de um ano) e também desenvolvem habilidades socioemocionais. Fazem parte da formação desde “aulões” para edição do perfil no LinkedIn até um programa de preparação recorrente para processos seletivos.
O processo seletivo para ingressar nas novas turmas, abertas mensalmente pela startup, visa identificar quem está realmente obstinado a se dedicar aos estudos: mais de 190 mil pessoas já se inscreveram para o curso de programação da escola; a taxa de aprovação está ao redor de 2%.
A formação é desenhada com a ajuda de um programa de empresas parceiras, hoje formado por mais de 130 nomes, entre eles CI&T, Ford, Localiza, Méliuz ThoughtWorks e XP. Gratuita, a iniciativa visa conectar organizações — de startups a multinacionais — que carecem de talentos na área de desenvolvimento web às pessoas estudantes da Trybe.
“Em dois anos, a Trybe montou um time excepcional e apaixonado e entregou os melhores resultados da categoria. Estamos aumentando o nosso investimento, pois acreditamos que a Trybe está transformando a forma como a educação é oferecida na região, diminuindo a distância entre estudantes e empregadores no setor de tecnologia”, afirma Eduardo Latache, general partner da Base Partners.Ao longo deste ano, a Trybe registrou um crescimento próximo de 500% no número de pessoas estudantes ante 2020. As 135 pessoas que viraram o último réveillon como colaboradoras assistiram o time quase triplicar até outubro. “E aguardamos uma leva de cerca de 100 novos integrantes tão só dezembro chegue. Teremos 480 pessoas colaboradoras até este Natal”, diz Goyas.Um resumo de 2021
Não foi somente o time que cresceu. Em abril, a edtech anunciou a captação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Em maio, recebeu autorização do Banco Central para lançar a sua própria fintech, uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) dentro do grupo Trybe.
Em junho, o Grupo Trybe anunciou a aquisição da Jungle Devs, desenvolvedora de software que trabalha majoritariamente com clientes internacionais (75% de seus projetos são feitos para empresas de fora do Brasil). A empresa de Santa Catarina é dona de um modelo “empresa-escola” com grande alinhamento à missão da Trybe: um quarto do tempo das pessoas desenvolvedoras da equipe é dedicado a um programa de formação de quatro anos. As pessoas recrutadas têm de aulas inglês a mentorias de comunicação, liderança e questões técnicas sobre a profissão de desenvolvedor.
Em meados de julho, a Trybe anunciou uma parceria com a XP Inc. para formar 300 pessoas em uma turma exclusiva para capacitar profissionais para o time de tecnologia da empresa de investimentos. Recentemente, o iFood anunciou uma ajuda de custo para pessoas estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica da turma 19 da Trybe.
“As ações com foco em educação fazem parte da história da XP Inc. desde a sua fundação há 20 anos, quando Guilherme Benchimol dava aulas sobre investimentos aos primeiros clientes. Nosso investimento na Trybe, que conta com um modelo inovador de solução educacional, está em linha com a nossa estratégia de fomentar projetos que promovam a inclusão, capacitando e dando ferramentas para a entrada de profissionais no mercado de trabalho e incentivando o empreendedorismo”, afirma Marta Pinheiro, diretora ESG da XP Inc.
NOTA: Dólar a R$5,32 com base em 20/9.