Tecnologia cognitiva e o fator humano nas empresas

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Por Inon Neves

Pessoas são imprevisíveis, confusas, talentosas e buscam por reconhecimento e oportunidades de exercer o melhor trabalho possível. Muitas vezes, esses fatores têm importância maior para os funcionários do que incentivos financeiros ou prestígio. Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, o salário não é a principal fonte de descontentamento dos brasileiros em suas atuações corporativas. Os indivíduos querem ser valorizados por sua função.

Dentro das corporações, o departamento de Recursos Humanos (RH) representa o ponto focal que une os colaboradores com os valores da companhia. Para atuar nessa área, muitas vezes o profissional deve unir características de estrategistas, psicólogos, especialistas de cultura organizacional, professores e advogados, sem saber qual papel precisará assumir para resolver as demandas rotineiras. Tudo isso por trabalharem com pessoas o tempo todo.

Para adaptar-se a essa movimentação constante no ambiente de trabalho e ainda manter seus procedimentos e fluxos em ordem, o RH pode fazer uso de novas ferramentas e soluções disponíveis no mercado. As tecnologias cognitivas despontam nesse sentido, ao combinarem recursos de Inteligência Artificial, processamento de linguagem e outras funcionalidades para gerar insights e trazer assertividade e rapidez na tomada de decisão. Segundo estudo da IBM, esse instrumento pode ser de grande ajuda para as atividades de recursos humanos, desde a contratação e integração de novos funcionários a engajamento e análise de performance dos colaboradores.

Valorize sua equipe e não adie a integração com novas tecnologias

Erra quem acredita que com a maior adesão à automação de processos o trabalho humano será descartável. Pelo contrário, é preciso investir cada vez mais em treinamentos e capacitações no intuito de preparar equipes para lidar com o aumento da inserção de dispositivos e softwares em suas rotinas.

A tecnologia cognitiva desponta entre as soluções disponíveis, pois possibilita um o entendimento por meio da análise de padrões de linguagem e sensoriais, como textos, imagens e sons; o raciocínio, ao consolidar informações com a extração de dados e ideias; e aprendizado contínuo, a partir de elementos e interações atualizados diariamente. Tudo isso, se bem utilizado, pode trazer enormes benefícios para a equipe de RH. Por exemplo, imagine verificar o potencial de determinado candidato em uma entrevista de emprego ou no processo de promoção. Com sistemas cognitivos é possível comparar indicadores e aspectos do indivíduo com métricas da empresa.

Está na hora de reconhecer as potencialidades das soluções digitais e seus benefícios para uma gestão tão delicada e complexa quanto a de equipes. Unindo esses recursos, o RH pode trabalhar de forma abrangente em prol da sustentabilidade da governança corporativa.

Inon Neves é vice-presidentes da Access na América Latina, segunda maior empresa do mundo no segmento de gestão de documentos e informações, presente nos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Costa Rica, Panamá e Trinidade e Tobago.