As startups japonesas interessadas em ingressar no Brasil ganharam a oportunidade de conhecerem de perto o mercado local e fomentarem seus negócios no país a partir de 2023. Desde o dia 7 de março, e até o final de junho, estão abertas as inscrições para as companhias daquele país interessadas em participar da 3ª edição do ScaleUp in Brazil (SUIB), programa criado em 2019 como uma plataforma de softlanding fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
Nas duas primeiras edições, o ScaleUP in Brazil contou com a participação apenas da Israel Trade and Investment, organização do Departamento de Comércio Exterior do Ministério da Economia de Israel. Em 2020 e 2021, os israelenses investiram US$ 9,9 milhões em tecnologia no Brasil até o momento. Além do Japão, por meio da Japan External Trade Organization (JETRO), a partir de 2022 o programa conta com Singapura, representada pela Enterprise Singapore.
Com o programa, a JETRO no Brasil espera que as empresas japonesas, especialmente as startups, possam voltar os seus olhos ao país, que oferece boas oportunidades em áreas como fintech e agritech. Para atraí-las, a JETRO, com sede em São Paulo, participa do Hub de Aceleração Global (Global Hub Acceleration/GAH), programa criado pela matriz em Tóquio presente em 29 localidades espalhadas pelo mundo e que oferece um serviço gratuito para startups com o objetivo de expandir seus negócios no exterior.
Há naquele país pouco mais de 10 mil startups. Em 2019 foram investidos US$ 25,38 bilhões, sendo US$ 19 bilhões para startups no mercado doméstico e US$ 6,38 bilhões para aquelas que atuam fora do país, como aponta a Venture Enterprise Center (VEC), do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão.
Metodologia comprovada – O ScaleUp in Brazil desenvolveu uma metodologia própria para o processo de aceleração com cinco etapas. Na primeira, é apresentada às empresas uma visão ampla do mercado brasileiro, suas regulações, como abrir um negócio e uma conta no banco, entre outras informações. Após a ambientação inicial, chega o momento do primeiro ciclo de imersão presencial no Brasil, seguido por um período para ajustes e reestruturações que se façam necessárias. Na sequência, os empreendedores retornam ao país para mais negócios e imersão, que é sucedida pela fase de apoio pós programa.
Durante todo o processo, que será de setembro de 2022 a setembro de 2023, prevê-se a organização de encontros e rodadas de negociação com possíveis clientes e investidores. Nas primeiras edições foram realizadas mais de 300 reuniões. Além disso, os participantes recebem duas consultorias específicas: uma para ajustar seu produto, serviço ou solução ao Brasil, e outra para fomentar reuniões de negócios.