Quais serão as inovações que se consolidarão em 2023? Quais movimentos vão continuar acelerando a transformação digital nas empresas? Para responder a essas perguntas, um grupo de especialistas da SAP fez um diagnóstico com previsões tecnológicas para 2023 que devem ficar no radar das organizações. São elas:
Inteligência Artificial (IA) mais robusta por meio do low-code. A IA permitirá que mais e mais processos de desenvolvimento de software sejam guiados e escritos por outro software. Dessa forma, usuários das áreas de negócios poderão criar aplicações mesmo sem conhecimento de programação. Isso ajudará a reduzir a carga de trabalho dos especialistas de TI, que assim terão mais tempo para se concentrar em tarefas mais estratégicas. Esse avanço pode causar certa ansiedade entre os desenvolvedores profissionais, mas a mudança também promete gerar oportunidades para eles, como especialistas que darão às ferramentas de IA instruções corretas para que profissionais não-técnicos possam gerar códigos adequadamente via soluções low-code. “Gerar valor através da tecnologia passa por habilitar as pessoas que estão próximas aos problemas de negócio a inovarem em suas próprias áreas de expertise, independentemente da TI ou de conhecimento técnico. O recente lançamento do SAP Build vem transformar a experiência do usuário, oferecendo as ferramentas para inovar, reduzir atividades manuais e repetitivas e trazer inteligência para os processos”, comenta Junior Freitas, vice-presidente de Business Technology Platform da SAP Brasil.
A cadeia de suprimentos continuará em alta. Veremosmais crescimento de novas redes de negócios e cadeias de suprimentos regionais, depois de dois anos de crise sanitária, paralisações nas cadeias de logística e aumentos na demanda que provocaram mudanças nos preços. Além disso, depois dos protestos na China e da guerra na Ucrânia, muitos países passaram a descentralizar suas operações. Nos Estados Unidos, por exemplo, 62% dos fabricantes começaram a substituir seus locais de produção e a expectativa é de que, até o final do ano, o país realoque quase 350 mil postos de trabalho. Avanços na transformação digital, contando com ferramentas como SAP S/4HANA ou RISE with SAP, ajudarão a diversificar as cadeias de suprimentos e manter um conjunto mais distribuído de opções de fornecedores.
O “tsunami verde” avançará pela nuvem. O caminho na direção da sustentabilidade será prioridade em todos os setores de atividade, entre eles petróleo & gás e serviços públicos, que terão como foco a descarbonização e emissões zero demandadas pelos consumidores. Por conta das regulamentações mais rígidas, novas leis e necessidade de gerar relatórios ESG mais específicos, as empresas precisarão realizar mais e melhores ações e explorar a eficiência da nuvem para atingir suas metas de sustentabilidade em 2023, concentrando-se não apenas no desempenho financeiro, mas também em gerar impactos ambiental e social positivos. Será um ano crucial, com oportunidades reais e tangíveis para que CIOs liderem essa mudança em suas empresas.
Multinuvem será a grande aposta das empresas. Este ano as empresas perceberão os benefícios de diversificar serviços entre vários provedores de nuvem. Com a previsão de recessão apontada por economistas, os líderes empresariais terão de buscar escalabilidade e capacidade de trabalhar com várias nuvens para abrir as portas ao crescimento e a vantagens competitivas reais. Essa mudança significará mais investimentos em aprendizado e desenvolvimento por meio de programas de treinamento abrangentes para aprimorar, atualizar e capacitar funcionários em múltiplas tecnologias.
Áreas de TI confiarão cada vez mais nos “tecnólogos corporativos”. Essa figura, também conhecida como “desenvolvedor cidadão”, surge das soluções low-code. Os departamentos de TI ainda farão o trabalho pesado de desenvolver aplicações, mas os usuários não-técnicos poderão criar aplicativos do início ao fim com uma intervenção relativamente pequena da área de TI. Essa mudança permitirá que os desenvolvedores se concentrem na manutenção de projetos estratégicos em grande escala e monitorem a cauda longa das aplicações desenvolvidas por tecnólogos corporativos.
O bom, o ruim e o desconhecido do espaço automotivo. O número de veículos leves de passageiros atingirá níveis pré-pandêmicos e a demanda por novos modelos elétricos criará oportunidades para que fornecedores possam se diferenciar e crescer. Veículos autônomos continuarão a ser aperfeiçoados, buscando corresponder às expectativas dos consumidores. Além disso, se intensificam os desafios a fabricantes e fornecedores automotivos devido a uma série de regulamentações que está afetando o setor. Por fim, mais cidades adotarão ferramentas de planejamento baseadas em Inteligência Artificial para tornar o sistema de transporte mais eficiente. Algumas já começaram a adotá-las, e essa é uma tendência que crescerá em 2023, incluindo o planejamento da movimentação transfronteiriça de mercadorias.
O fator X do setor de energia. A tecnologia está otimizando a geração e o consumo de energia, situação que tende a se intensificar e se democratizar nos próximos anos. Abordagens de Inteligência Artificial contribuirão para que residências adquiram equipamentos energeticamente mais eficientes e geradores de energia em 2023, algo que era antes limitado a alguns setores. Por outro lado, a computação quântica será usada para descobrir novos materiais para armazenamento eficiente, enquanto a Internet das Coisas (IoT) vai se proliferar e granularizar o planejamento de geração e transporte de energia. Além disso, geradores de energia solar em telhados já é algo comum em todos os países. No futuro, comunidades instalarão fazendas solares e sairão dos sistemas tradicionais de rede elétrica.
Robôs estarão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Muitos países precisarão deles para sobreviver, especialmente a China, cuja população tende a envelhecer. Uma forma humanoide fará parte dos sistemas de produção das fábricas para aliviar a escassez de mão de obra em certas áreas. Robôs serão integrados para levar peças dos armazéns até as linhas de montagem. Datacenters já são eficientes, mas passarão a contar com uma grande participação de robôs humanoides/não humanoides.