Relatório apresenta seis estratégias tangíveis para empresas migrarem para modelos circulares

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Fazer a transição para um modelo de economia circular pode ser desafiador para as empresas, que operam há tanto tempo sob o paradigma da economia linear. Para auxiliá-las a desenvolverem os processos, condições viabilizadoras e mentalidade que vai permitir uma transformação completa, a Fundação Ellen MacArthur desenvolveu seis estratégias, ou áreas de foco, de design circular. O relatório Da ambição à ação: uma estratégia adaptativa para o design circular oferece ações tangíveis, práticas e adaptáveis a qualquer tipo de organização, desenvolvidas com base em experiências de líderes de design circular de uma ampla gama de setores e empresas, como IKEA e H&M.

O design circular é uma prática baseada nos três princípios da economia circular (eliminar resíduos e poluição; circular produtos e materiais; e regenerar a natureza), combinados com uma abordagem de pensamento sistêmico. Mais do que um checklist ou instruções técnicas, trata-se de oferecer uma lente criativa através da qual pode-se ir além da reformulação do produtos e repensar os sistemas à nossa volta para que sejam circulares e regenerativos. Ele nos ajuda a repensar o sistema atual para criarmos resultados resilientes e positivos para as pessoas, a natureza e os negócios.

A transição para uma economia circular vem se mostrado essencial para o enfrentamento de desafios globais, como a poluição por plásticos, as mudanças climáticas, e a perda de biodiversidade, além de ser uma oportunidade para as empresas prosperarem no longo prazo. De acordo com o relatório “Completando a figura”, da Fundação Ellen MacArthur, a mudança para energia renovável pode resolver apenas 55% das emissões globais de gases do efeito estufa. Para lidar com os 45% restantes das emissões (22,1 bilhões de toneladas de CO2e por ano), também precisamos transformar a forma como projetamos, fabricamos e usamos produtos e alimentos.

Hoje, a discussão sobre como implementar a economia circular nas empresas se centra nas novas práticas ou atividades, como  o desenvolvimento de produtos reutilizáveis e reparáveis, de modelos de produto como serviço, o uso de recursos duráveis ou de biomateriais. No entanto, muitas dessas estratégias são desconhecidas pelas organizações, ou as tentativas de implementá-las dentro dos processos atuais de inovação frequentemente falham. Para mudar esse cenário, é preciso se perguntar quais são as novas formas de pensar e fazer para conseguir resultados mais regenerativos e alinhados a uma economia circular? 

As seis estratégias adaptativas desenvolvidas pela Fundação oferecem às organizações um guia sobre como realizar uma transformação para a economia circular, que é impulsionada pelo design, e onde concentrar os esforços. Da ambição à ação: uma estratégia adaptativa para o design circular dá prosseguimento à jornada iniciada pelos insights anteriores do design circular da Fundação apresentando seis pontos de alavancagem:

  1. Observar e interpretar o sistema
  2. Visualizar futuros circulares
  3. Criar as condições para a colaboração
  4. Criar recursos de design circular
  5. Desenvolver ferramentas de design circular e avaliar o sistema

“Há uma necessidade urgente de fazer a transição de nossa economia linear e perdulária para uma economia circular regenerativa. Hoje, mais pessoas entendem “por que” o design é a chave para essa transformação, mas não temos uma visão completa de “como” os designers podem contribuir. Essa estratégia adaptativa destaca áreas tangíveis que designers de todas as disciplinas podem influenciar. Ele usa exemplos práticos que podem ser personalizados e contextualizados para diferentes organizações e situações. Para evitar simplesmente consertar nosso sistema linear defeituoso, devemos imaginar algo diferente. Destinado a designers e inovadores, esta peça ajuda as organizações a aproveitar todo o potencial do design para explorar as oportunidades que um futuro circular pode oferecer, incluindo os papéis que todos podemos desempenhar na jornada para chegar lá.” – Joe Iles, Líder do Programa de Design, Fundação Ellen MacArthur.

“Esta estratégia adaptativa tem sido muito útil para a Philips Experience Design, mas também para a Philips de forma mais ampla, atuando como uma grande referência para nossas atividades circulares. Saber que estamos executando atividades em todos os pontos de alavancagem do design deixa eu e minha equipe confiantes e orgulhosos de que estamos indo na direção certa. Além disso, essa estrutura é útil quando posicionamos as atividades de design circular internamente, para dizer: ‘olha, precisamos trabalhar nessas outras áreas se quisermos ser impactantes’.” Helle Ullerup, Designer de Serviços Sênior, Philips Experience Design.