Para a ABRASOL, ampliar fontes renováveis de energia deve ser meta do novo governo

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Segundo dados da 2ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética — 2022-2026, o aumento previsto para este ano é de 2% na carga, atingindo 70.948 megawatts médios, considerando um incremento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9%. De 2022 a 2026, a previsão é de um crescimento médio anual da carga de 3,4%, atingindo 81.032 megawatts médios ao final do período.
 

A demanda poderá ser ainda maior se o país retomar patamares de produção industrial similares ao de 2008, quando o setor representava cerca de 25% do PIB. Hoje, sua participação é de apenas 11,3%, conforme os dados mais recentes. Se isso ocorrer sem que se aumente a oferta de energia, é imenso o risco de vermos fábricas paradas, quedas do sistema elétrico provocadas por sobrecarga e a volta dos apagões.
 

“Tecnologia eficiente, socialmente inclusiva e renovável por inteiro, a energia termossolar precisa entrar de imediato na pauta dos que serão empossados em janeiro próximo”, diz Luiz Antonio dos Santos Pinto, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (ABRASOL).
 

Em termos globais, conforme os dados do Solar Heat Worldwide 2022, que usa a base de dados de 2021, o Brasil ficou em segundo lugar entre os países onde o uso de energia termossolar mais cresceu, com 28% de aumento, atrás apenas da Itália, com 83%, e à frente dos Estados Unidos (19%), Grécia (18%), Polônia (17%), Índia (16%) e México (7%).
 

Ainda de acordo com o Solar Heat Worldwide 2022, em termos da capacidade instalada de coletores planos, o Brasil aparece em 5º lugar, mas apenas em 31º quando se fala na capacidade instalada por 1.000 habitantes (dados de 2020).
 

“O potencial brasileiro é imenso, considerando que o país tem a presença da luz solar, com as maiores intensidades do mundo praticamente o ano inteiro, em todo o seu território, tecnologia própria avançada na área e um parque industrial com capacidade imediata para atender a um crescimento expressivo da demanda”, ressalta o presidente da ABRASOL.  
 

A capacidade instalada de 14,7 gigawatts (GW), com os 21 milhões de metros quadrados de aquecedor solar instalados nas últimas décadas até 2021, pode ser multiplicada por mais de 15 vezes se considerarmos o potencial para atender a todos os domicílios, estabelecimentos comerciais e industriais, como já ocorre em muitos países, gerando centenas de milhares de empregos — a atividade mantém atualmente 42 mil postos de trabalho, com o crescimento de 22% no ano de 2021.   
 

“Além disso, a tecnologia fortalece a cultura em favor do meio ambiente. Com o atual parque instalado, é possível evitar anualmente a emissão de mais de 4 milhões de toneladas de CO₂, com o potencial para chegar a mais de 60 milhões de toneladas de CO₂, o que reduziria em mais de 13% as emissões anuais e honraria o Acordo de Paris, de 2015”, acrescenta Santos Pinto.