José Formoso, CEO da Embratel
Os próximos anos serão marcados pelo avanço significativo do processo de transformação digital das empresas. Mais da metade das médias e grandes organizações brasileiras investirão em projetos do setor de Tecnologia da Informação já a partir deste ano. Para que a transição digital ocorra com êxito, desafios deverão ser enfrentados com firmeza, especialmente por executivos responsáveis por viabilizar esse movimento dentro das companhias.
Transformação, no mundo corporativo, representa mudança de escala e nos componentes fundamentais de uma empresa. A transição tecnológica que temos presenciado ao longo dos últimos anos está impulsionando novos modelos de negócios e fazendo as grandes organizações repensarem suas ofertas, formas de distribuição, necessidades e desejos dos clientes finais.
As poucas companhias globais que saíram à frente e já são consideradas bem-sucedidas no processo de transformação digital focam em três pontos fundamentais: experiência do cliente, processo operacional e modelo de negócios. Em todos os casos, o sucesso vem por meio da combinação entre a atividade digital e uma forte liderança, em um movimento que já tem nome e está sendo identificado como Maturidade Digital. Essas organizações já estão no próximo nível e serão seguidas por milhares de concorrentes nos próximos anos.
O avanço só será possível com ambientes cada vez mais tecnológicos, repletos de modernas soluções de TI, mobilidade e telecomunicações. Aplicações serão armazenadas em ambientes Cloud (na Nuvem) e aplicativos tomarão conta das empresas, promovendo agilidade e ganhos de performance para os negócios.
Os sistemas, antes administrados apenas pelas áreas de TI, estão extrapolando esse departamento e permeando todos os departamentos da organização, tornando siglas anteriormente reconhecidas como técnicas em linguagem de negócios. Fique certo: você ouvirá cada vez mais termos como Cloud Computing, Analytics, Big Data, Data Center, Mobile, APP e Social Business.
Cloud Computing, antes visto como apenas uma tendência, é o hit do momento, inclusive por ter conquistado a confiança do mundo corporativo. Seus atrativos são interessantes pela segurança, custo e facilidade de uso. Quem achava que o armazenamento na Nuvem não passaria de um momento enganou-se, sobretudo pelas novas ofertas que permitem a utilização conforme a necessidade e, principalmente, o pagamento de acordo com o uso. Em tempos de reinvenção dos negócios, é sensacional poder pagar por serviços de TI como um serviço de utilities, como energia elétrica ou água.
Nesta nova era digital, as empresas terão que acompanhar os usuários finais na busca de modelos colaborativos, envolvendo companhias estabelecidas com startups que possuem poucos meses de vida. A tendência é termos tudo conectado e integrado em uma única rede, cuja base serão os serviços de telecomunicações. Estimativas apontam que teremos 50 bilhões de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) no mundo em 2020 e, em dez anos, esse número irá quadruplicar. Apesar de as áreas de TI estarem presentes no novo modelo, estudos indicam que mais de 95% dos projetos de Big Data, Business Analytics e IoT terão origem no setor de negócios para solucionar problemas da operação ou necessidades da equipe de marketing.
O crescimento da IoT está intrinsicamente relacionado ao uso de Cloud, Big Data e Business Analytics – importantes ferramentas de entendimento e inovação de negócios. Em dois anos, metade dos dados de IoT estarão armazenados em ambientes na Nuvem. Uma cifra surpreendente diante das declarações de empresas que falavam até há pouco tempo que tinham receio de ambientes Cloud. Os movimentos de mercado mostram que estruturas terceirizadas com companhias renomadas e com gestão de técnicos especializados são mais seguras e, portanto, menos suscetíveis a problemas que gerem perda de dados.
Em um cenário com concorrentes globais e não mais regionais, a transformação digital será o principal trunfo das companhias brasileiras para despontar nos próximos anos. Inovação e tecnologia de ponta serão os fatores de sucesso para distinguir líderes de seguidores. Não há tempo a perder. Prepare sua empresa para inovar!
José Formoso, CEO da Embratel