O rápido desenvolvimento de tecnologias digitais abre inúmeras possibilidades para as organizações, lançando novas frentes de inovação, aumentando a produtividade e a criação de novos produtos, serviços e experiências a clientes e consumidores. Entender o potencial e o impacto dessas tecnologias é fundamental para o futuro dessas organizações, que precisam entender o cenário para criar uma estratégia de negócios correta. Para ajudar nesse desafio, a NTT DATA, uma das principais empresas globais de serviços de TI e consultoria, lança o NTT DATA Technology Foresight 2025, relatório global que mapeia as cinco tendências tecnológicas que moldarão os negócios nos próximos anos e a forma como trabalhamos: humanos aprimorados, experiências inteligentes e imersivas, digitalização sustentável, convergência da nuvem cognitiva e fusão acelerada da segurança.
A pesquisa revela que a IA generativa será protagonista no aumento da eficiência operacional, permitindo até 40% de redução no tempo de execução de tarefas e 30% de economia em custos de processos internos. Mas vai além, mostrando como tecnologias como internet das coisas, realidade aumentada, computação em nuvem, blockchain irão alterar de forma ainda mais significativa o ambiente de negócios e a quais os objetivos de negócios uma empresa deve perseguir para gerar valor nas próximas décadas – valor para acionistas, consumidores, colaboradores e meio ambiente.
Segundo Marco Chaves, sócio-líder de Digital Strategy da NTT DATA Brasil, os resultados do estudo mostram que empresas que não adotarem essas inovações estarão em desvantagem competitiva nos próximos anos. “As tendências apontadas no relatório não são apenas projeções, mas reflexos de uma mudança já em curso. A IA generativa e a nuvem cognitiva, por exemplo, não são mais diferenciais, mas condições essenciais para a inovação e o crescimento sustentável. Empresas que estruturarem suas estratégias com base nessas tecnologias terão mais agilidade, segurança e eficiência.”
O relatório NTT DATA Technology Foresight 2025 foi resultado de uma abordagem automatizada e orientada por dados que garante que a seleção de tendências seja fundamentada em evidências objetivas. A metodologia é aprimorada por meio de consultas a uma rede global de especialistas em tecnologia e negócios do Grupo NTT, que analisa dados de diversas fontes, incluindo previsões de mercado e informações públicas sobre investimentos e parcerias. A empresa contou com a participação de especialistas da Alemanha, Espanha, Israel, Itália, Japão e Reino Unido para validar as tendências.
Confira abaixo as tendências que moldarão os negócios:
1) Humanos aprimorados e o futuro do trabalho: humanos e máquinas em sinergia elevarão a produtividade, a inovação e as vantagens competitivas
Humanos aprimorados descreve a colaboração entre humanos e máquinas. Tecnologias como inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina (ML) e automação ampliam as capacidades humanas. Ao contrário do senso comum, as tecnologias emergentes não são um substituto do trabalho humano na sociedade. Pelo contrário, o objetivo é ampliar o potencial cognitivo e operacional das pessoas.
A sinergia entre humanos e tecnologias criará um futuro em que o potencial das pessoas não será limitado por tempo ou falta de acesso a informações. Os humanos aprimorados revolucionarão a execução de tarefas no ambiente de trabalho, gerando aumentos de produtividade e qualidade. A integração humano-tecnológica permitirá uma tomada de decisões mais rápida, reduzirá os índices de erro e promoverá a integração fluida entre pessoas e tecnologias como IA generativa (GenAI), machine learning (ML), automação inteligente e humanos digitais.
Estudos mostram que 20% das pessoas usam seu tempo buscando informações, enquanto 28% do tempo gasta gerenciando e-mails – atividades de pouco valor agregado. Ferramentas como assistentes virtuais, humanos digitais e copilotos de tarefas operacionais transformam a forma como indivíduos e organizações operam.
- 43% dos líderes de tecnologia já alocam orçamentos significativos para iniciativas de GenAI.
- O uso da GenAI no desenvolvimento de software movimenta atualmente um mercado de US$ 49,8 bilhões, com crescimento anual (CAGR) projetado de 21,5% até 2030.
- 75% das empresas já utilizam ferramentas de GenAI em seus fluxos de trabalho.
- Estima-se que a simples redução de 30 minutos por dia em tarefas repetitivas, como busca de informação, possa gerar uma economia superior a €1,5 milhão por ano para uma empresa com 1.000 colaboradores.
Casos de uso
- Automotivo: assistentes inteligentes embarcados
- Indústria: operadores com copilotos para inspeção e controle de qualidade
- Setor jurídico: automação contratual com IA
- Saúde: triagem automatizada com avatares humanizados
2) Experiências inteligentes e imersivas trarão uma nova era para a experiência do cliente – seja ela emocional, preditiva ou omnichannel
Criar relações personalizadas com os consumidores é um desejo antigo das marcas. Nos últimos anos, empresas de diversos setores têm criado experiências cada vez mais individuais. Agora e cada vez mais, a tecnologia está permitindo a criação de experiências inteligentes e imersivas, que redefinem a forma como clientes e marcas interagem. Impulsionadas pela IA, computação espacial e automação, essas experiências começam a mudar a forma como as organizações se conectam com seus públicos. Além de aprimorar o atendimento, ajudam as organizações a antecipar as necessidades dos clientes, otimizar as interações e cultivar conexões significativas, criando experiências personalizadas — cruciais para aumentar a satisfação e a fidelidade do cliente.
Esse avanço tecnológico colocou as empresas meio a uma inflexão estratégica: sair de interações pontuais e reativas para construir jornadas sensoriais, contínuas e contextuais — capazes de envolver o consumidor antes mesmo de ele tomar consciência de sua necessidade. Este avanço exige o domínio de quatro pilares tecnológicos: IA generativa, computação espacial, automação adaptativa e agentes inteligentes.
Logo iremos entrar na era da hiperpersonalização. Baseada em dados, ela atenderá às necessidades individuais e será vital para promover interações mais profundas e imersivas. Os produtos conectados combinarão seus recursos físicos e digitais em um fluxo único, consistente e natural de interações. Se antes o foco estava em digitalizar processos, agora o desafio está em sensorializar as relações. A computação espacial – somada à IA generativa – permite transformar qualquer interface em uma extensão do corpo e da mente do usuário. Um ambiente de loja pode identificar o humor de um cliente, adaptar a trilha sonora e projetar imagens personalizadas nas paredes. Um aplicativo de moda pode sugerir looks baseados não só no estilo, mas no clima, horário e comportamento recente de quem usa. Estamos entrando em uma fase em que os produtos físicos ganham camadas digitais sensoriais, que são ativadas em tempo real por IA contextualmente consciente.
Nesse sentido, a relação entre consumidores e marcas evoluirá para um modelo de cocriação e empatia, com respostas em tempo real, personalização avançada e interfaces multimodais.
- 73% dos consumidores afirmam que a experiência é fator determinante na decisão de compra
- Nos próximos dois anos, 70% dos líderes de CX planejam integrar GenAI em seus pontos de contato.
- 75% dos consumidores já experimentaram a GenAI e acreditam que a tecnologia mudará completamente a forma como interagimos com as empresas.
- Aproximadamente 90% dos contact centers relataram melhorias mensuráveis na velocidade de resolução de reclamações e no processamento do volume de chamadas com uso de IA.
- Empresas que investem em hiperpersonalização e canais integrados aumentam a fidelidade e reduzem churn
- O uso de IA emocional (detecção de sentimentos por voz, expressões faciais) melhora a experiência em tempo real
Casos de uso
- Atendimento ao cliente com reconhecimento emocional de voz (ex: Cogito AI que detecta o estresse em chamadas)
- Hiperpersonalização de marketing com motores como o Pi (Inflection AI)
- Experiências phygitais com humanos digitais em quiosques, lojas e eventos
- Realidade aumentada e metaverso aplicados ao varejo de moda, arquitetura ou educação
- Produtos conectados (IoT + IA) com serviços embarcados
3) A sustentabilidade digital para a resiliência econômica: tecnologia e ESG seguirão juntas rumo a novos modelos de crescimento
A busca pela sustentabilidade é um imperativo inevitável. Mas sustentabilidade está deixando de ser “apenas” uma meta ambiental e se consolida como uma estratégia empresarial integral. Ao adotar práticas de sustentabilidade digital, as organizações podem melhorar sua resiliência, atender às crescentes expectativas dos consumidores em relação a operações éticas e contribuir para a igualdade social global e o equilíbrio ecológico, garantindo seu sucesso no longo prazo.
Para cumprir o imperativo de práticas sustentáveis, as empresas contarão cada vez mais com tecnologias digitais, como IA, blockchain e internet das coisas, para medir, reduzir e compensar seus impactos, integrando métricas de ESG ao desempenho financeiro.
A sustentabilidade digital não apenas oferece suporte ao equilíbrio ecológico, mas também cria resiliência econômica, permitindo que as organizações se adaptem às mudanças nas demandas e regulamentações do mercado. Estudos revelam que as empresas que adotam práticas sustentáveis observam um aumento de até 20% na eficiência, além de reduções significativas nos custos operacionais, demonstrando os benefícios tangíveis da integração da sustentabilidade às principais estratégias de negócios.
A IA e a internet das coisas estão revolucionando o gerenciamento de resíduos e do uso da água, otimizando recursos, reduzindo custos e aumentando a eficiência da reciclagem. A produção e a distribuição de energia estão deixando de lado os modelos tradicionais dominados por grandes usinas de energia que dependem de combustíveis fósseis. Por exemplo, uma comunidade com painéis solares e turbinas eólicas pode utilizar a IA para otimizar a distribuição de energia, mantendo a estabilidade ao prever as flutuações da produção e utilizar a energia armazenada conforme necessário.
Já as redes de próxima geração, como 6G, redes inteligentes e plantas industriais, aproveitarão os recursos de IA preditiva. Essa abordagem proativa permitirá que as empresas de serviços públicos reduzam o tempo de inatividade e garantam a distribuição confiável de energia, proporcionando aos usuários um fornecimento de energia sem interrupções. Já os fabricantes poderão monitorar as máquinas em tempo real para prever as necessidades de manutenção, evitar interrupções dispendiosas e obter maior eficiência e menores custos.
Algumas das tendências identificadas nesse setor foram:
- IoT e sensores para medição ambiental em tempo real
- Digital twins para simulações de eficiência energética
- Plataformas de dados para rastreabilidade e governança ESG
- Cloud verde com menor pegada de carbono
- Blockchain para cadeias de suprimentos responsáveis
Casos de uso
- Agricultura de precisão com sensores e IA para uso racional de recursos
- ESG em tempo real no setor financeiro para avaliar portfólios sustentáveis
- Monitoramento de carbono na indústria com gêmeos digitais e IA preditiva
- Logística otimizada com dados para transporte mais limpo
4) Do armazenamento à inteligência: o novo papel da nuvem cognitiva no centro da inovação
A nuvem deixou de ser um repositório e se tornou a espinha dorsal da inteligência organizacional. As empresas que mais crescem são aquelas que tratam dados como um ativo estratégico e investem em infraestrutura cognitiva. A convergência cognitiva em cloud representa a integração perfeita de tecnologias avançadas de cloud computing com IA e habilidades cognitivas humanas, capacitando as organizações a melhorar as operações, aprimorar a tomada de decisões e obter insights mais profundos de seus dados em tempo real.
Ao utilizar componentes essenciais, como engenharia de software aprimorada por IA, edge computing e fluxos otimizados de desenvolvimento de inteligência artificial (AIOps), as organizações podem simplificar suas operações, criar experiências personalizadas para os clientes e tomar decisões informadas com mais eficiência. Importância e impacto nos negócios.
O objetivo é transformar a infraestrutura tecnológica em um “cérebro digital” corporativo. A nuvem cognitiva viabiliza decisões em alta velocidade, escalabilidade inteligente e integração entre silos de dados.
Com a projeção de que os volumes globais de dados atinjam 175 zettabytes até o final de 2025, infraestruturas de cloud robustas e inteligentes serão essenciais para a gestão eficaz e a extração de dados valiosos desse vasto volume de informações. Para se ter uma ideia, o número de organizações de grande porte com uma estratégia multicloud aumentou de 76% para 85% só em 2024.
- Até o final de 2025, estima-se que 75% dos dados gerados serão criados e processados fora de um data center centralizado tradicional ou da cloud.
- As plataformas de IA na categoria de plataforma como serviço (PaaS) devem apresentar o crescimento mais rápido, com uma projeção de 51,1% para os próximos cinco anos.
- Estima-se que as cargas de trabalho do ciclo de vida da IA cresçam 18,8% nos próximos cinco anos.
Casos de uso
- Varejo usando cloud cognitiva para campanhas em tempo real baseadas em comportamento
- Saúde conectada com IA para diagnóstico e nuvem para prontuários digitais
- Finanças com nuvem para precificação dinâmica e avaliação de crédito com GenAI
- Educação com ambientes virtuais de aprendizagem adaptativa
- Suporte inteligente a todos os departamentos: RH, finanças, marketing
5) Fusão acelerada e adaptável: a cibersegurança deixa de ser barreira e passa a ser diferencial competitivo
A fusão acelerada de segurança é uma abordagem para a defesa contra ameaças cada vez mais complexas e sofisticadas. Ao integrar tecnologias avançadas, como inteligência contra ameaças, machine learning (ML) e análises avançadas em tempo real e em vários domínios de segurança, as organizações podem criar um sistema de defesa unificado que as capacita a identificar vulnerabilidades de forma proativa, simplificar os processos de resposta e fortalecer sua postura de segurança em diversos ambientes operacionais.
O estudo mostra que a fusão acelerada entre cibersegurança, análise de riscos e automação é a base da resiliência digital. A segurança é condição básica para confiança, inovação e crescimento e as empresas que internalizarem esse pilar como parte da cultura digital conseguirão se adaptar mais rápido, proteger seus ativos e gerar valor sustentável no longo prazo.
- 90% das organizações estão implementando ativamente ou planejando explorar casos de uso de LLM, enquanto apenas 5% estão muito confiantes em sua preparação para a segurança de IA.
- 77% das empresas sofreram violações em seus sistemas de IA no ano passado.
- 71% dos stakeholders de segurança estão confiantes de que as soluções de segurança baseadas em IA têm mais capacidade de bloquear ameaças baseadas em IA do que as ferramentas tradicionais.
- 69% dos executivos corporativos acreditam que a IA será necessária para responder a ciberataques
- 37% dos responsáveis por dados afirmam ter uma estratégia abrangente para manter a conformidade com as regulamentações recentes e futuras de IA, além de atender às necessidades de segurança de dados.
Casos de uso
- Bancos com IA para detecção preditiva de fraudes
- Setor público com sistemas antifraude baseados em aprendizado contínuo
- Educação e saúde com autenticação biométrica e gestão segura de dados sensíveis
- Startups e grandes empresas adotando “cartões de modelo” para transparência algorítmica
O levantamento NTT DATA Technology Foresight 2025 não apenas mapeia tendências, mas apresenta estratégias concretas para empresas transformarem inovação em vantagem competitiva. Empresas que adotarem IA generativa, nuvem cognitiva e digitalização sustentável estarão mais preparadas para os desafios do futuro, reduzindo custos, otimizando processos e criando modelos de negócios mais eficientes e escaláveis.
“A aceleração tecnológica não é um desafio, mas uma oportunidade para empresas se posicionarem à frente da concorrência. O estudo nos mostra que, nos próximos anos, não será mais uma questão de ‘se’ adotar essas tecnologias, mas ‘como’ e ‘com que rapidez’ cada organização se adaptará à nova realidade digital”, diz Evandro Armelin, sócio-líder de Digital Technology da NTT DATA Brasil.
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