A Pesquisa de Remuneração Total contou com a participação de 45 mil empresas ao redor do mundo, que somam 20 milhões de colaboradores, em mais de 140 países
De acordo com os resultados da Pesquisa de Remuneração Total (TRS) 2023, da Mercer, as mulheres têm uma remuneração média 20% menor do que os homens em nível executivo no Brasil, e apenas 3 em cada 10 executivos no cargo são do gênero feminino. Nos demais níveis, de analistas, especialistas e técnicos, a diferença salarial é de 11% a menos entre o gênero masculino e o feminino. Por outro lado, os dados mostram que no nível gerencial, pela primeira vez, as mulheres recém-admitidas estão com o salário equiparado.
A pesquisa ainda aponta a diferença salarial entre gênero por indústria, com o setor de Energia em primeiro lugar, remunerando 19% menos para o feminino; Bens de Consumo com 14% a menos; Varejo, Alta Tecnologia e Agro, com 11% a menos; e Life Science, com 10% a menos. Além disso, as mulheres recém-admitidas no nível de Energia recebem remuneração 31% menor que homens; no setor de Bens de Consumo, a diferença é de 14% a menos; no de Varejo, de 7%; Alta Tecnologia, de 3%. Apenas os setores de Life Science e Agro registraram um salário superior para as mulheres, com 8% e 9%, respectivamente.
“Os dados apontam que, apesar da atualização do artigo de lei sobre igualdade salarial, ainda é necessário um esforço conjunto de empresas, governos e sociedade para alcançá-la de fato, por meio de medidas adicionais, como transparência salarial, eliminação de vieses inconscientes, promoção da diversidade e inclusão, monitoramento de dados, engajamento da sociedade, entre outros”, afirma Rafael Ricarte, Líder de Carreira da Mercer.
Ricarte se refere a dezembro de 2023, quando entraram em vigor regras para a execução da Lei da Igualdade Salarial (14.611/2023), que obriga empresas e instituições a publicarem informações detalhadas sobre os salários pagos aos colaboradores. A ideia do governo é promover ações contra a discriminação salarial entre homens e mulheres.
Turnover de executivos
De acordo com a TRS 2023, o turnover involuntário (demissões) de executivos foi de 4%, uma porcentagem que retoma o patamar médio de 2019 a 2021. Esse índice indica que as empresas voltaram a garantir uma estabilidade das lideranças em seus quadros de colaboradores. Por outro lado, o turnover voluntário (pedido de demissão) entre os executivos se manteve na média de 3%.
No nível de gerência, o turnover involuntário foi de 7% em 2023, comparado a 5% do ano anterior. Os desligamentos voluntários foram de 6%, o mesmo índice de 2022. Considerando todas as categorias hierárquicas, o involuntário foi de 11%, sendo que no ano passado foi de 8%; o voluntário foi de 9%, em comparação a 10% na medição anterior.
Dentre os que saíram intencionalmente, as principais questões estão relacionadas à falta de reconhecimento e oportunidades de crescimento, salários e benefícios, além de falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.