Mudança de comportamento é essencial para quem vai dirigir um veículo blindado

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No último dia 31 de janeiro, o apresentador de televisão Raul Gil foi vítima de um assalto a mão armada, na zona Sul de São Paulo. O apresentador estava em seu carro blindado, parado em um dos faróis da movimentada Avenida Juscelino Kubitschek quando foi abordado por dois motoqueiros que pediram para tirar fotos. Simpático, ele abaixou o vidro do carro, mas não esperava que um terceiro motoqueiro aparecesse com um revolver logo em seguida e levasse joias e o relógio do apresentador. O caso mostra que, para que a blindagem automotiva seja realmente efetiva, o usuário desse tipo de serviço também precisa ter um comportamento diferenciado.

“Dirigir ou estar a bordo de um carro com a proteção blindada implica mudança de atitude. O primeiro passo é eliminar costumes como o de andar com portas destravadas e vidros abertos. Parece mentira, mas muitos se sentem tão seguros dentro de um blindado que acabam descendo os vidros, mesmo que parcialmente. Uma abertura mínima torna a blindagem completamente ineficaz, como no caso do apresentador Raul Gil”, afirma o especialista Rogério Garrubbo, da Concept Blindagens, uma das maiores empresas do setor no país.

De acordo com Garrubbo, ao contrário do que muitos proprietários de blindados pensam, o fato de estar a bordo ou principalmente, guiando um veículo reforçado requer ainda mais atenção por parte do motorista. “A segurança deve ser sua preocupação frequente. É importante, por exemplo, que esteja atento ao seu redor, sempre dando um espaço maior do que o normalmente dado entre o seu carro e o da frente. Essa ação viabiliza uma manobra de fuga em caso de ataque”, explica o especialista da Concept. A empresa oferece curso especial de direção para quem decide recorrer à blindagem.

O motorista também deve estar devidamente treinado para não se deixar levar pelo fator surpresa e nem ficar em choque em uma eventual abordagem. O tempo de reação deve ser o mais veloz possível. Desde a recuperação do susto, passando pela análise do cenário ao redor e da rota possível de fuga até a aceleração do carro em busca da evasão da zona de perigo. Garrubbo, porém, faz o alerta. “O sucesso da ação só será possível se o condutor confiar totalmente na blindagem de seu veículo. Daí a extrema importância de fazer o serviço com empresas sérias, devidamente regularizadas no Exército, que é o órgão responsável pela fiscalização do segmento”, diz.

“No setor de blindagem, não é raro encontrarmos empresas oferecendo o serviço com preço muito abaixo do praticado no mercado. Desconfie dessas. Quem procura pelo serviço de blindagem quer proteção, acima de tudo. Justamente por tal interesse, não deve ter o fator preço como determinante na escolha da blindadora. Mais importante que economia é a qualidade do serviço e a certeza de estar efetivamente protegido”.

O especialista da Concept também orienta que interessados na blindagem automotiva procurem se cercar de informações antes de qualquer procedimento. Uma visita ao site da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) – www.abrablin.com.br – pode ser de grande valia para tirar dúvidas sobre o assunto.

Frota blindada
De acordo com o último levantamento da Abrablin, foram blindados no país 4.275 veículos no primeiro semestre de 2012, um aumento de 4,92% na comparação com o mesmo período de 2011. A pesquisa também traz o perfil do usuário de blindagem. A maioria (65%) continua sendo composta pelo sexo masculino. Desse universo, 27% estão na faixa etária que vai de 40 a 49 anos. Já com relação às mulheres usuárias da proteção balística (35%), a maior parcela, ou 25%, está na faixa de 50 a 59 anos. Do número total dos usuários, 75% são executivos/empresários; 9%, artistas/cantores; 7%, juízes; 6%, políticos; outras ocupações (3%) completam o perfil.