Liderança, diversidade e inovação tecnológica marcam os debates da 18ª edição do Congresso Anual do IBGC

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Emílio Carazzai, do IBGC
Foto: Alexandre Machado

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) encerrou nesta terça-feira (03/10), em São Paulo, a 18ª edição de seu Congresso Anual. O evento teve um público formado, em grande parte, por líderes de algumas das empresas e instituições mais importantes do país. Aproximadamente, 720 pessoas compareceram ao congresso este ano.

Entre os diversos palestrantes e painelistas, estiveram presentes a consultora e especialista em diversidade, Rosalyn Taylor O’Neale; o ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, Armínio Fraga; a presidente da SAP Brasil, Cristina Palmaka; o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr.; o presidente do conselho da Petrobras, Nelson Carvalho; o CEO da Hering, Fábio Hering; o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Marcelo Barbosa; o presidente da IBM Brasil, Marcelo Porto; e o antropólogo e professor da PUC-RJ, Roberto da Matta.

Sob o tema “Governança consciente: quando as regras não bastam”, o evento buscou apresentar propostas relevantes no cenário atual da sociedade, como a adoção das novas tecnologias e seus impactos no negócio e na própria governança das organizações.

Em seu discurso de abertura, o presidente do Conselho de Administração do IBGC, Emilio Carazzai, ressaltou os avanços que a governança corporativa obteve nos últimos anos, lembrando que o Brasil vem ganhando destaque nesse campo. “Poucos países travam uma batalha tão ampla e intensa pelo aperfeiçoamento das instituições, da regulação e da transparência quanto o Brasil”. Ele lembrou, ainda, alguns dos avanços recentes no país, tais como a criação da Lei Anticorrupção, da 5ª edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC, do Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas, recentemente absorvido pela regulação da CVM, e a reforma do Novo Mercado.

A importância da diversidade nas tomadas de decisão esteve entre os destaques. O tema foi apresentado pela norte-americana Rosalyn Taylor O’Neale, uma das mais renomadas especialistas no assunto em todo o mundo.

Com passagens por empresas como Campbell Soup e MTV e hoje atuando como principal consultora da Cook Ross, O’Neale tem mais 30 anos de experiência em liderança, conduzindo projetos com base no aprendizado em mais de 40 países nos cinco continentes. Entre suas principais conquistas, estão o Master of Social Work, pela Universidade de Louisville, e a inclusão na lista das 100 pessoas negras mais influentes dos Estados Unidos e das 100 mais influentes do ano na comunidade LGBT.

Em sua palestra, ela falou sobre os desafios quanto à preparação dos conselhos e das empresas no que diz respeito à diversidade e à inclusão, explicando que o sucesso de uma organização depende do quanto tais questões são debatidas entre a liderança. “Se o seu conselho não debate sobre o porquê de a diversidade ser importante, sua empresa não será bem-sucedida. A diversidade ganha valor quando você consegue trazer para a mesa de discussões algo que ninguém mais poderia”, explicou.

Também foram apresentados casos de sucesso de empresas que têm a governança atrelada à sua história bem-sucedida. Os primeiros deles foram apresentados no painel sobre novos modelos de organização, como nos casos das empresas Broota, Mãe Terra e Natura. Já o painel sobre governança em empresas centenárias mostrou os exemplos da Hering, da Klabin e do Grupo Severiano Ribeiro, dona da rede de cinemas Kinoplex.

Riscos cibernéticos, modelos de estruturação em compliance, ética, cultura, inovação, novas tecnologias, evoluções regulatórias, Novo Mercado, Código Brasileiro, Stewardchip Code e comitê de auditoria estiveram entre os outros temas debatidos no congresso. O evento contou, ainda, com uma homenagem ao ex-presidente da CVM e ex-conselheiro do IBGC, Luiz Leonardo Cantidiano, falecido em agosto deste ano.

Para a superintendente geral do IBGC, Heloisa Bedicks, o congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa trouxe uma mudança significativa quanto à escolha dos assuntos discutidos no evento. “Pelo que ouvi dos participantes, os temas apresentados permitiram importantes reflexões sobre assuntos diversificados, atuais e com um perfil menos técnico, como Empresa B e Governança Consciente”, avaliou Bedicks.

Ela também destacou a importância do IBGC na condução da liderança das discussões apresentadas no congresso. “O IBGC, nesse congresso, buscou mais uma vez trazer temas de fronteira e tendências em governança corporativa. Felizmente, cumprimos essa missão com bastante êxito”, concluiu a superintendente.