O relatório “Guardiões da confiança” (Guardians of Trust, em inglês) apontou que poucos executivos brasileiros (15%) não confiam nos recursos de análises de dados utilizados. Os dados são mais relevantes se comparados com Estados Unidos e Reino Unido, que apresentam baixa probabilidade de confiar nos recursos de D&A, alcançando 42% e 43%, respectivamente.
“Essa variação é ocasionada pelos diferentes estágios de transformação digital de cada país. Empresas nos EUA e UK estão mais orientadas a utilizar dados em decisões estratégicas com algoritmos avançados de redes neurais. Considerando a baixa maturidade digital da maioria das empresas brasileiras, a confiança é maior nos dados”, analisa o sócio da área da análise de dados da KPMG no Brasil, Ricardo Santana.
Para 62% dos entrevistados as áreas de tecnologia, e não executivos da diretoria ou setores funcionais, são responsáveis quando há falhas em máquinas ou algoritmos. “Existe uma tendência de isentar o negócio principal de decisões relacionadas a máquinas devido ao legado da tecnologia ser considerado suporte e aos especialistas técnicos”, completa Santana.
Essa incerteza gera questionamentos sobre o tipo de governança necessária para garantir o uso de análise de dados. Com a pesquisa, as recomendações são: desenvolver normas visando políticas e procedimentos eficazes; aprimorar e adaptar regulamentações para desenvolver a confiança em análise de dados; aumentar a transparência de algoritmos e metodologias; criar códigos profissionais para cientistas de dados; reforçar mecanismos de asseguração que identifiquem áreas deficientes.
“Quando análise de dados e inteligência artificial forem onipresentes será extremamente necessário e difícil gerenciar níveis de confiança. Com a retomada da análise preditiva, devemos estabelecer a governança apropriada nesse ambiente sem regras dos algoritmos. A governança de máquinas deve ser o elemento central das organizações para casar o poder e o risco de D&A para usá-los da forma certa”, finaliza Santana.