Itaim Bibi, em São Paulo, registra alta de 23% de empregos no primeiro ano de pandemia

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Uma das regiões comerciais mais vibrantes de São Paulo, o distrito do Itaim Bibi, em São Paulo, registrou crescimento de 23% no número de vagas de trabalho, segundo a análise de big data realizada pela Nova Vida TI. O número inclui a abertura de empresas classificadas como Micro Empreendedores Individuais (MEIs). Os dados foram disponibilizados pelo Governo Federal, por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), referentes ao ano de 2020, quando houve a última atualização do sistema. 

Administrado pela subprefeitura de Pinheiros, na Zona Oeste da capital, e limitado pelas avenidas Cidade Jardim, Nove de Julho, São Gabriel, Santo Amaro e Roque Petroni Jr., o Itaim Bibi abriga mais de 50 mil empresas, de todos os portes e tipos de atividade. Em 2019, eram 50.084 empresas instaladas no distrito e, em 2020, primeiro ano de pandemia, o número saltou para 51.879, com um saldo positivo de 1.795 empresas registradas e em atividade (crescimento de 3,6%).

A abertura de MEIs é a principal responsável pela expansão dos postos de trabalho. O número passou de 35.716 para 37.937 no período em análise, fechando 2020 com mais 2.221 CNPJs (expansão de 6,2%). “Quando falamos em MEIs, dois pontos devem ser levados em consideração: o trabalhador que deixou seu emprego e foi empreender e o trabalhador que perdeu seu emprego e precisou empreender. A análise da RAIS não nos permite indicar a motivação. Mas o resultado das demais empresas da região sugere que a realidade está mais próxima da segunda opção, ou seja, pessoas que, ao perderem seus empregos, viram oportunidade de continuar no mercado de trabalho como microempreendedores individuais”, afirma o sócio diretor da Nova Vida TI, Felipe Caldas.

Já as micro (dois a quatro funcionários), pequenas, médias e grandes empresas sofreram o impacto da pandemia e sua participação na economia do distrito retrocedeu. As Empresas de Pequeno Porte (EPP) foram as que mais sofreram no primeiro ano de pandemia: 202 delas encerraram as atividades no Itaim Bibi ao longo de 2020. Outras 63 micro, 49 médias e 16 de grande porte também deixaram o distrito. O reflexo disso pode ser visto também na relação de empregos.

Nesse aspecto, dois pontos chamam a atenção. O primeiro é que o RAIS contabiliza o saldo positivo de 2.221 MEIs abertas no período como vaga de emprego. E o segundo ponto é que as grandes empresas, com mais de 250 funcionários, geraram 16.276 postos de trabalho, que, junto com as micro empresas com dois a quatro funcionários (saldo positivo de 133 vagas), fecharam o ano com 18.630 novas vagas, um aumento de 23%.  

Já as demais empresas, de todos os portes, com entre cinco e 249 funcionários, perderam 14.260 postos de trabalho. O destaque negativo ficou entre as EPP, com 20 a 49 trabalhadores, que fecharam 4.115 vagas. As de grande porte, com 100 a 249 funcionários, perderam outros 4.042 postos de trabalho.

“O saldo positivo na criação de empregos na região do Itaim Bibi em 2020 foi impulsionado pelas grandes empresas. Mas se você avaliar pelo porte, vai perceber que todas as outras, inclusive uma fatia considerável entre aquelas de grande porte, perderam vagas. O reflexo disso foi terrível para uma série de atividades no distrito”, avalia Henrique Abreu, sócio-diretor da Nova Vida TI.

A região do Itaim Bibi é bem democrática e abriga uma variedade de empresas, de vários ramos de atividade. Mercado financeiro, seguros e afins têm mais presença, totalizando 17% dos CNPJ ativos na localidade. Em seguida aparecem as atividades profissionais científicas e técnicas (16%), administrativa e de serviços (13%), comércio e reparação de veículos automotores (11%), construção (9%), informação e comunicação (8%) e imobiliárias (7%).