Gartner: remessas mundiais de PCs diminuíram 4,3% no segundo trimestre de 2017

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O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, aponta que as remessas globais de PCs totalizaram 61,1 milhões de unidades no segundo trimestre de 2017, uma queda de 4,3% em relação ao segundo trimestre de 2016. A indústria de computadores está no meio de uma recessão de cinco anos e esse é o 11º trimestre consecutivo de declínio. As remessas do segundo trimestre deste ano foram as menores em volume desde 2007.

“Os preços mais elevados dos PCs devido à escassez de componentes para DRAM (um tipo de memória RAM), unidades de estado sólido (dispositivos para armazenamento não volátil de dados digitais) e telas LCD tiveram um impacto negativo acentuado na demanda por desktops no segundo trimestre de 2017”, diz Mikako Kitagawa, Analista do Gartner. “A abordagem em relação aos maiores custos de componentes variou de fornecedor para fornecedor. Alguns decidiram absorver o aumento dos preços das peças sem elevar o preço final de seus dispositivos, enquanto outros transferiram os custos para o valor para o usuário final.”

No entanto, no segmento de negócios, os fornecedores não aumentaram o preço tão rapidamente, especialmente em grandes empresas em que o valor normalmente é fixado com base em contrato, que muitas vezes é mantido durante o trimestre ou mesmo durante o ano”, afirma Mikako. “No mercado de consumo, a elevação de preços tem um impacto maior à medida que os hábitos de compra são mais sensíveis aos aumentos. Muitos consumidores estão dispostos a adiar suas aquisições até que a pressão sobre os preços diminua.”

A HP Inc. recuperou sua posição frente à Lenovo no mercado mundial de PCs no segundo trimestre de 2017 (tabela 1). A empresa alcançou cinco trimestres consecutivos de crescimento ano a ano. As remessas cresceram na maior parte das regiões, especialmente no mercado norte-americano, no qual o aumento das remessas excedeu a média regional.

As remessas globais da Lenovo diminuíram 8,4% de abril a junho de 2017 após dois trimestres de crescimento. A empresa registrou queda de remessa ano a ano em todas as regiões-chave. Mikako diz que os resultados do trimestre poderiam refletir a mudança estratégica da Lenovo de ganhos por compartilhamento de unidades para proteção de margem. O equilíbrio estratégico entre ganho de participação e rentabilidade é um desafio para todos os fornecedores de PCs.

A Dell alcançou cinco trimestres consecutivos de crescimento anual de remessas, com aumento de 1,4% no segundo trimestre de 2017. A empresa colocou alta prioridade em PCs como negócio estratégico. Entre os três principais fornecedores, a Dell é o único que pode suprir as necessidades integradas de TI para as empresas da Dell Technologies.

Nos EUA, as remessas de PCs totalizaram 14 milhões de unidades no segundo trimestre de 2017, um declínio de 5,7% em relação ao mesmo período de 2016 (tabela 2). O mercado norte-americano diminuiu devido à fraca demanda no consumo de PCs. O segmento de negócios mostrou um crescimento consistente, enquanto os primeiros indicadores sugerem que as despesas no setor público estavam no caminho certo com a normal sazonalidade, já que o segundo trimestre geralmente é a pior temporada de compras dos equipamentos. No entanto, o mercado de educação estava sob pressão de uma forte demanda do Chromebook.

O segmento de Chromebook vem crescendo muito mais rápido do que o mercado geral de PCs. O Gartner não inclui as remessas desse equipamento no número geral, mas ele está afetando razoavelmente o mercado de computadores. As remessas mundiais do Chromebook cresceram 38% em 2016, enquanto o mercado geral de PCs diminuiu 6%.

“O Chromebook não é uma substituição ao PC desde já, mas poderia ser potencialmente transformado em uma troca se algumas poucas condições forem atendidas”, diz Mikako. “Por exemplo, a infraestrutura de conectividade geral precisa melhorar, a conectividade de dados móveis precisa se tornar mais acessível e é necessário ter mais capacidade off-line.”

As remessas de PCs na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) totalizaram 17 milhões de unidades no segundo trimestre de 2017, um declínio de 3,5% ano a ano (tabela 3). Houve resultados variados entre os diversos países. A incerteza em torno das eleições no Reino Unido indicou que algumas empresas britânicas atrasaram as compras, especialmente no setor público. Na França, a confiança dos consumidores aumentou mais do que o esperado depois que Emmanuel Macron foi eleito presidente. No entanto, os gastos com PCs permanecem tímidos. As remessas de computadores aumentaram na Alemanha à medida que as empresas investem em novo hardware com base no Windows 10 e o mercado russo continuou a mostrar melhorias impulsionadas pela estabilização econômica.

Na Ásia/Pacífico, as vendas de PCs superaram 21,5 milhões de unidades no segundo trimestre de 2017, 5,1% abaixo do mesmo período do ano passado. O mercado de computadores nessa região foi afetado principalmente pela dinâmica do mercado na Índia e na China. Na Índia, a demanda reprimida após a desmonetização esfriou depois do primeiro trimestre, juntamente com a ausência de um amplo contrato de compra em comparação com o ano anterior e preços mais elevados dos computadores, o que provocou um fraco crescimento do mercado. A China foi fortemente impactada pelo aumento dos preços dos PCs devido à falta de componentes.

Esses resultados são preliminares. As estatísticas finais estarão disponíveis em breve para clientes do programa Gartner’s PC Quarterly Statistics Worldwide by Region. O relatório oferece uma visão abrangente e oportuna do mercado mundial de PCs, permitindo que o planejamento de produtos, a distribuição, o marketing e as vendas das organizações se mantenham a par das questões-chave e suas implicações futuras em todo o mundo.