Mais de oito em cada dez (81%) dos profissionais de Comércio Exterior avalia que a adoção de tecnologia é a solução mais rápida para que possam acompanhar as rápidas mudanças que estão acontecendo nos ambientes alfandegários e fiscais do comércio global. Esta é uma das revelações obtidas na pesquisa “Global Trade Report 2022” do Thomson Reuters Institute.
Apesar do consenso sobre a importância da tecnologia nos processos de importação e exportação, o estudo mostra que as empresas se mostram defasadas na atualização desses sistemas: metade delas (49%) em todo o mundo está atrasada ou em estágio inicial da adoção de soluções digitais nos seus processos de gestão.
Quase um quinto (19%) ainda está operando em ambientes altamente isolados com sistemas diferentes para cada região e/ou unidade de negócios, limitando severamente sua capacidade de compartilhar, comparar e analisar os dados comerciais de seus negócios.
Outros dados relevantes do estudo:
“Discussões sobre questões de gestão comercial, como estabilidade da cadeia de suprimentos, tarifas, sanções e conformidade aduaneira, foram colocadas em destaque nos últimos anos e por uma boa razão”, disse Luciano Idésio, Vice-Presidente do segmento de Corporates da Thomson Reuters na América Latina. “Resolver problemas em torno dos desafios do comércio exterior não é — e não deveria ser — reservado para profissionais de logística. Qualquer organização envolvida em atividades de importação/exportação deve entender que um negócio saudável depende do fortalecimento de seu sistema de gestão do comércio internacional. E isso não é possível sem um foco em inovação tecnológica em áreas como análise de dados, inteligência artificial (IA) e mobilidade. Cabe também aos líderes empresariais identificar a gestão do comércio global como prioridade, com a compreensão de que é um imperativo em toda a empresa, e a linha de fundo de seus negócios provavelmente depende disso.”
Metodologia
Os entrevistados desta pesquisa incluíram profissionais de comércio global dos EUA, UE, Reino Unido, América Latina (principalmente México e Brasil) e a região Ásia-Pacífico (incluindo China, Austrália, Japão, Cingapura e Tailândia). Um total de 228 profissionais de comércio global respondeu a uma pesquisa on-line de 15 minutos, realizada em maio e junho de 2022. A maioria (185) dos entrevistados era de empresas com receita superior a US$ 100 milhões, mas um número significativo de os entrevistados da América Latina (30 de 70) eram de empresas com receita inferior a US$ 100 milhões. Além disso, a maioria das empresas representadas está envolvida em atividades de importação e exportação.
Quanto aos entrevistados individuais, mais da metade eram executivos de nível sênior (presidente, CEO, COO, CFO, vice-presidente executivo) ou diretores/gerentes responsáveis por compras e/ou logística comercial e gestão da cadeia de suprimentos. A amostra também incluiu especialistas em comércio e operações, especialistas em finanças e especialistas em compras e cadeia de suprimentos.
As empresas de manufatura e tecnologia/eletrônicos tiveram a maior representação (41%) entre os entrevistados, mas outros entrevistados incluíram aqueles que trabalham no comércio atacadista e varejista, serviços técnicos, transporte e armazenamento, automotivo, saúde, finanças e vários setores. Mais de um terço das empresas representadas estão sediadas nos Estados Unidos, seguidas por empresas sediadas no México, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Brasil, Japão e Cingapura. Outros países com sede corporativa incluem Suécia, Tailândia, China, França, Espanha e Suíça.