EdTech registra US$ 600 milhões em volume de investimentos na América Latina, aponta Distrito

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O relatório mostra ainda que duas aquisições já foram realizadas este ano no segmento de educação na região.

Ao longo de 2015 até o primeiro trimestre de 2024, as startups de educação presentes na   América Latina, conhecidas também por edtechs, já arrecadaram cerca de US$600 milhões em 316 rodadas. Com destaque para 2021, ano de maior aceleração nos investimentos no ecossistema de inovação e educação, quando alcançou a captação de US$271,5 milhões e 78 deals. Estreitando a análise para o território brasileiro, os investimentos e rodadas, historicamente, atingiram US$475,6 milhões e 280 deals, segundo dados do EdTech Report 2024, pesquisa produzida pelo Distrito, principal plataforma de tecnologias emergentes da América Latina.  

Ranking das maiores rodadas históricas  

Número Nome Valor Estágio Ano País 
Descomplica 84,5 Series E 2021 Brasil 
Platzi 60,0 Series B 2021 Colômbia 
Digital House 50,0 Series C 2021 Brasil 
Winner’s Alliance 26,0 Series A 2022 Brasil 
Estratégia Concursos 24,1 Private Equity 2019 Brasil 
Digital House 20,0 Series B 2017 Brasil 
Galena 16,7 Series A 2022 Brasil 
Descomplica 16,3 Series D 2018 Brasil 
PlayKids 15,0 Series A 2015 Brasil 

Volume de Investimento e Rodadas: Edtechs 

Ano Valor Deals 
2021 271,50 78 
2022 99,50 52 
2023 33,80 21 
2024 5,6 

*Em milhões de US$ 

Segundo Victor Harano, Gerente de Research do Distrito, os modelos de negócios e educação flexíveis tornam as plataformas de ensino uma opção atraente ao público, principalmente por oferecer variedades de preços e formatos de ensino. “Muitas empresas adotam sistemas que permitem aos usuários pagarem apenas pelos cursos ou materiais que desejam acessar ou serviços via assinatura com atualizações automáticas, suportes técnicos e escalabilidade, o que torna a categoria uma experiência de ensino acessível e mais adaptável à realidade de cada aluno”.  

Para Harano, “as empresas também se beneficiam dessas plataformas para educar sua força de trabalho e aprimorar habilidades nas funções desempenhadas ou até para aproveitar os talentos em outras áreas da empresa, despertando o interesse na aquisição de edtechs que ofertam o produto”, completou. 

Atualmente existem 898 edtechs ativas no ecossistema de startups latino-americano, a maior fatia está localizada no Brasil com 68,93% das empresas. Em seguida, está o Chile, representando 7,91% do total de startups do setor. A Colômbia ocupa a terceira posição com 7,13% das empresas presentes no mercado de EdTechs.  

Dentre as categorias investidas, as edtechs classificadas como ‘plataformas de ensino’ correspondem a 51,1% do total e apresentam a maior concentração de investimentos, com captação de US$ 368,3 milhões. O destaque é para a Descomplica, que já teve o maior deal do setor ao receber mais de US$100 milhões em investimentos de VCs como SoftBank, Valor Capital Group e Valar Ventures. Ampliando para as subcategorias, plataformas de ensino que são voltadas para o mercado de tecnologia representam 10,7% de todas as startups desse setor e estão dentro da categoria de ´plataformas de ensino´.  

As demais categorias como, ‘ferramentas de estudo’ atendem a 28% desse mercado, ‘gestão educacional e foco no ensino’ têm 18,1% e ‘viabilização do ensino’ apenas 2,8% da fatia de categorias. 

Número de startups por categoria 

Subcategoria Número de startups 
Plataformas de ensino 459 
Ferramentas de estudo 251 
Gestão Educacional e foco no ensino 163 
Viabilização do ensino 25

Ao contrário do restante do mercado de tecnologia,onde a predominância é no público-alvo B2B, 41,1% do público-alvo dessas startups, são destinadas ao público B2C. Porém, ferramentas de Software as a Service permanecem como modelo de negócio mais consolidado, com 36,41% seguido por Pay-per-use, com 22,38%.   

Tendências em EdTechs para 2024  

Em 2022, o mercado de Inteligência Artificial voltada à educação atingiu US$ 4 bilhões e a projeção é de alcançar cerca de US$30 bilhões em 2032, de acordo com a Global Market Insights. O estudo do Distrito aponta uma forte tendência da IA na educação, especialmente nos conteúdos educacionais personalizados que melhoram a eficácia do aprendizado, e na tutoria com feedbacks individualizados para atender as necessidades de cada aluno. Outros pontos incluem a automação de tarefas administrativas, a criação de ambientes de aprendizagem dinâmicos e interativos através da realidade virtual e a incorporação crítica da tecnologia, que contribui para a formação do pensamento crítico dos estudantes e da verificação de informações.  

“Os ganhos de eficiência e produtividade proporcionados pela I.A. devem impulsionar os aportes nas EdTechs early stage que têm projetos na área. Já as empresas mais maduras do segmento que não buscarem eficiências operacionais e tecnológicas, encontrarão mais dificuldade nas captações futuras”, evidencia Gustavo Gierun, co-fundador e CEO do Distrito. 

Em termos de preparação das novas gerações para o mercado de trabalho, a plataforma identifica o uso de tecnologia educacional com ferramentas digitais para engajar o estudo, metodologias que alternam entre a sala de aula tradicional e virtual, além da gamificação, enquanto abordagens que incentivam a participação ativa dos alunos e os colocam no centro do processo de aprendizado.  

Junto com os tópicos em alta, está também a educação financeira por meio da integração dos conceitos práticos de economia em escolas e universidades. Além da adequação do estudo sobre o setor de finanças feito por bancos e empresas de pagamentos que utilizam tecnologias para oferecer um aprendizado personalizado aos clientes.