Digitalização do investidor aumenta na pandemia

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Os meios digitais estão ganhando a preferência do investidor. Com a pandemia, pela primeira vez, o aplicativo do banco foi a solução mais utilizada na hora de realizar o investimento, ultrapassando a ida presencial à instituição, que liderava até então. O uso do aplicativo mais do que dobrou em 2020, passando de 30% para 62% da preferência como meio para uma aplicação financeira. A visita presencial à agência caiu de 71% em 2019 para 55% um ano depois.

É o que mostra pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, que ouviu 3,4 mil pessoas da população economicamente ativa, aposentados e pessoas que vivem de renda, das classes A, B e C em todas as regiões do país.

O levantamento aponta que todas as outras formas de investimento a distância também apresentaram crescimento significativo, como site do banco ou corretora e por telefone.

Apesar de toda a digitalização, a conversa presencial com o gerente ou assessor de investimento continua na liderança quando o assunto é a busca de informações para decidir sobre o melhor destino para as economias: 41% dos investidores indicaram a preferência por esse meio. Os sites de notícias e os amigos/parentes também são opções relevantes, com 18% e 15% de preferência.

“O investidor continua valorizando o atendimento presencial e o aconselhamento com um profissional, a despeito de toda a digitalização observada no mercado financeiro nos últimos anos.”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.

A pesquisa mostra que as pessoas ainda necessitam conversar com alguém para a tomada de decisão sobre onde colocar o dinheiro, mas o investimento em si é feito por meios eletrônicos, seja pelo aplicativo ou site do banco ou corretora.

‘Isso sugere que o uso dos meios digitais não substitui completamente o contato com os profissionais de investimento. Pelo contrário, a pesquisa mostra que mesmo usando os meios digitais, o investidor ainda quer o apoio de um especialista ou profissional antes de decidir onde alocar suas economias”, afirma Billi.

O resultado, segundo ele, aponta para a necessidade de repensar qual será o papel desses profissionais no futuro. O desafio está colocado não só para eles próprios, mas também para a ANBIMA, responsável por certificar aqueles que desempenham atividades de prospecção e venda.

Sobre o Raio X do Investidor Brasileiro

Esta é a quarta edição da pesquisa Raio X do Investidor, realizada pela ANBIMA em parceria com Datafolha. As entrevistas aconteceram entre 17 de novembro e 17 de dezembro de 2020, com 3.408 pessoas economicamente ativas, que vivem de renda ou são aposentadas, de 16 anos ou mais, pertencentes às classes A, B e C, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.