Como funciona a importação dos principais produtos hospitalares no Brasil?

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Modal marítimo é o meio mais utilizado para a importação de seringas, luvas cirúrgicas e máscaras

A pandemia de covid-19 impulsionou a produção e a importação de produtos hospitalares, que passaram a ganhar a atenção do mundo inteiro. No Brasil, esses produtos seguem as mesmas regras de outros itens, considerando seu NCM, sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul, presente em qualquer mercadoria que circule no País. É importante ressaltar, porém, que se um item importado tiver qualquer tipo de contato com um paciente, ele será analisado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

De acordo com Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex — empresa que oferece tecnologia para o comércio exterior por meio de uma plataforma completa end-to-end, ajudando gestores a planejar, monitorar e automatizar o seu supply chain —, a importação de produtos hospitalares precisa ter suas especificações de transporte e armazenagem muito bem observadas. “O cuidado é necessário para evitar problemas de perdas, avarias e ineficácia dos itens”, afirma. 

Ele explica que o modal marítimo costuma ser o principal meio usado tanto para a importação de seringas, quanto de luvas cirúrgicas e máscaras, e afirma que desde a pandemia de coronavírus, produtos como as máscaras, que até então eram objeto de estranheza nos países ocidentais, passaram a ganhar bastante destaque. 

Dados de importação

Confira a seguir as principais informações relacionadas à importação de seringas, luvas cirúrgicas e máscaras no Brasil. Os dados são baseados nas informações da plataforma de data analytics da importação brasileira, desenvolvida pela Logcomex, e consideram o primeiro trimestre de 2023. 

  • Seringas com finalidade hospitalar: o Brasil importa seringas especialmente dos Estados Unidos, China, Alemanha e Suíça, e o porto de Santos é a principal porta de entrada. O modal marítimo responde por mais de 96% do volume de importação e, consequentemente, em seguida vem o aéreo.
  • Luvas cirúrgicas: vêm especialmente da Malásia, China e Tailândia, e a principal porta de entrada é o Porto de São Francisco do Sul, seguido de Itajaí. Neste caso, praticamente 100% do volume vem do modal marítimo. Segundo o CEO da Logcomex, ao longo da pandemia de covid-19, as luvas receberam um código especial dentro do MANTRA (Sistema Integrado da Gerência do Manifesto do Trânsito e do Armazenamento) para destacar sua prioridade de liberação. “Em março, foram importadas 13 mil toneladas de luvas e pagos mais de US$ 13 milhões em valor FOB”, detalha Hofstatter.
  • Máscaras: se tornaram objeto de grande necessidade ao longo da pandemia e há quem as use até hoje. Normalmente vêm da China, Paraguai ou Taiwan e chegam principalmente pelo Porto de Santos. Segundo Hofstatter, no mês de março, o Brasil importou mais de 2 mil toneladas de máscaras e pagou US$ 8,4 milhões em valor FOB.