Com visão otimista, brasileiros acreditam conseguir novas oportunidades de trabalho até o final do ano, aponta Randstad

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Trabalhadores de todo o mundo estão mais otimistas com relação ao mercado de trabalho, revela pesquisa da Randstad, líder global de soluções de Recursos Humanos. Com o intuito de mapear tendências e ser instrumento para tomadas de decisões, a primeira edição de 2021 do Randstad Workmonitor, finalizada em março, mostra que, em média, 54% das pessoas tinham esse sentimento positivo. Já no Brasil, 63% dos entrevistados estavam otimistas e apostaram em conseguir novas oportunidades de trabalho até o fim deste ano. Muitos apontaram que conseguiriam melhores vagas após serem vacinados (77%). O estudo englobou 27 mil trabalhadores, e seus resultados coincidem com o início da vacinação no país, com indícios da consequente retomada da economia.

Instrumento que ajuda empregadores a traçar estratégias de contratações e negócios, o Workmonitor busca mapear tendências de comportamento e anseios da força de trabalho. Essa, que é a terceira edição desde o início da pandemia, traz insights importantes sobre quais são as necessidades, desafios e expectativas dessas pessoas, principalmente em um mundo que começa a se preparar para um pós-pandemia.

“Apesar desse otimismo, alertamos que ainda é preciso cautela, já que ainda estamos vivendo momentos delicados da pandemia no Brasil. De qualquer forma, entendemos que esses dados contribuem para o planejamento das empresas que querem entender o sentimento de sua força de trabalho, desenhando assim o futuro a ser construído. A pesquisa tem esse papel, ser uma aliada dos líderes executivos, apontando possíveis caminhos sobre o que pode ser feito agora. Afinal, levará tempo para acomodarmos tantas mudanças e precisamos nos adaptar constantemente”, afirma Fabio Battaglia, CEO da Randstad no Brasil.

O Workmonitor revelou ainda que 75% dos brasileiros já desejavam retornar ao local de trabalho assim que possível, seguindo o índice global de 78%. A maioria espera ter uma programação de trabalho híbrida, e esse parece ser o arranjo mais popular – Brasil 61% e Global 53% – já que muitos que conseguiram ficar remotos, adaptaram-se e tiraram o melhor proveito da situação. Esses, disseram que sua produtividade permaneceu a mesma ou até melhorou durante a pandemia, atribuindo vários motivos para essa evolução, como a eliminação do tempo perdido em deslocamentos e horários mais flexíveis.

No entanto, o cenário não é totalmente otimista. Para quem trabalha em casa, a sensação de isolamento, a incapacidade de encontrar um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal, além do anseio por conexões pessoais com colegas continuam sendo preocupações de muitos. No Brasil, 58% sentem falta da interação social que os espaços de trabalho proporcionavam e 35% sentem dificuldade em equilibrar vida profissional e pessoal.

Já para aqueles que devem retornar ou se mantiveram trabalhando presencialmente – a maioria dos trabalhadores da economia global – ter que usar máscara o tempo todo, sentir-se em risco no local de trabalho e assumir uma carga maior devido a colegas em quarentena ou doentes, tornou seus trabalhos mais difíceis. No Brasil, por exemplo, o medo de ser contaminado no trabalho ainda tomava 60% dos entrevistados. Além disso, com o desemprego em alta no país, o medo de fazer parte dessa estatística é constante.

No estudo, os trabalhadores demonstraram apreciar empregadores que adotaram protocolos rígidos e claros para o trabalho presencial e remoto, além de políticas implantadas para manter um equilíbrio adequado entre vida pessoal e profissional. Dos profissionais brasileiros ouvidos, por exemplo, metade declarou que gostaria de continuar em seu trabalho, devido às medidas de segurança e de bem-estar que seus empregadores proporcionaram durante a pandemia.

De maneira geral, os resultados finais apontam para um desejo de retomar a vida como conhecíamos antes da pandemia, mas com melhorias como o trabalho híbrido e mais flexibilidade. “Para manter o otimismo do trabalhador em alta, as companhias precisam fortalecer suas políticas de gestão, não se esquecendo de focar em saúde e bem-estar, equilíbrio de vida profissional e pessoal, pontos mencionados pela maioria dos entrevistados. Na medida em que se cria um ambiente seguro e flexível, o otimismo aumenta e, consequentemente, a retenção e produtividade”, finaliza Fabio Battaglia.