Carteira de crédito das instituições financeiras de desenvolvimento para inovação totaliza R$ 24 bilhões

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Valor foi citado pelo presidente da ABDE, Sergio Gusmão Suchodolski, durante o webinar “Desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade”

As Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) contam com uma carteira de crédito de R$ 24 bilhões para financiamento à inovação. Foi o que revelou o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Sergio Gusmão Suchodolski, durante o webinar “Desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade”, realizado nesta quarta-feira. O evento contou com a parceria entre a ABDE, Pacto Global, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Há um papel muito relevante para as instituições financeiras de desenvolvimento brasileiras. Nós temos hoje uma carteira de crédito de R$ 24 bilhões para o financiamento à inovação. O Brasil possui uma das redes mais robustas de financiamento ao desenvolvimento do mundo. Estamos falando de inovação relacionada à sustentabilidade nos campos da engenharia, arquitetura e ciências em geral”, afirmou Suchodolski.

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, os instrumentos de financiamento à inovação são necessários para o Brasil seguir como um dos países com a matriz mais renovável do mundo e dar conta do aumento da demanda por energia dos próximos anos.

“Até 2050, o Brasil pode ter que duplicar a oferta de energia como um todo. Mais de R$ 90 bilhões em investimentos estimados nos próximos 10 anos em energia distribuída e mais de R$ 100 bilhões de investimentos em transmissão. Precisamos acelerar os investimentos em fontes renováveis e limpas e preparar os terrenos para continuar nessa trajetória. E isso significa a necessidade de investimentos em inovação”.

Segundo o empresário-líder da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, Pedro Wongtschowski, estimular o financiamento à inovação, tanto público, quanto privado, é fundamental para impulsionar o desenvolvimento sustentável no país.

“Essa demanda representa o desafio grande para as empresas brasileiras, que vão precisar sim de soluções financeiras inovadoras, como foi a criação da Embrapii, que permitiu a criação de uma rede muito qualificada de instituições de ciência e tecnologia, que passaram a ter melhores soluções com foco muito grande na sustentabilidade”.

Nesse cenário de crescente interesse e necessidade por inovação e sustentabilidade, a diretora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB, Marileusa Chiarello destaca que a ciência é peça-chave para colocar esses projetos em prática. “O papel da universidade é preponderante, porque são os locais onde mais se produz conhecimento científico e tecnológico. A universidade também tem a responsabilidade pela formação dos recursos humanos qualificados que vão ter que comparecer na hora que conseguirmos financiamento para essas obras de infraestrutura”.

Plano ABDE 2030

O webinar fez parte da série de debates realizados pela ABDE desde o fim de outubro visando a construção do Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Durante o ciclo de debates foram discutidos temas como financiamento à biodiversidade, cidades sustentáveis, o papel das Instituições Financeiras de Desenvolvimento na mobilização de recursos para meta de Carbono Zero e desenvolvimento sustentável da Amazônia.

O Plano ABDE 2030 será lançado em março de 2022, durante o Fórum do Desenvolvimento. O documento terá ações e propostas concretas para contribuir com o país no cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), e será entregue às principais lideranças políticas do país, incluindo presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, de órgãos de controle, governadores e também aos presidenciáveis.