Brasil conquista 2º lugar no mundial de profissões técnicas, a WorldSkills

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Bruno Gruner levou o ouro em Polimecânica e Automação

O Brasil se mantém na elite da educação profissional do mundo. Com um total de 34.901 pontos, o país ficou em 2º lugar geral na maior competição de profissões técnicas do planeta, a WorldSkills. Os russos ficaram em primeiro, com 35.461 pontos. Entre os dias 15 e 18 de outubro, mais de 1.200 jovens de 68 países competiram em 52 ocupações do setor industrial e de serviços em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

A delegação brasileira foi composta por 56 competidores, 51 alunos e ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e 5 do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que competiram em 50 ocupações. É bom lembrar que na última edição da WorldSkills, em 2015, o país ficou em primeiro lugar.

“Em Abu Dhabi o Brasil demonstrou seu padrão de excelência em educação profissional. Estamos entre os melhores países do mundo (China, Coreia do Sul, Suíça e Rússia) e isso é importante para criar oportunidades para os jovens e competitividade para a as empresas. Estamos orgulhosos com o resultado alcançado pelo jovens do SENAI e do Senac que, com muita fibra e talento, representaram o Brasil”, destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o resultado demonstra o alto nível do Brasil no conjunto das profissões. “É o nível de excelência que o Brasil tem e que dificilmente nós conseguimos reproduzir em outros rankings, seja de desempenho econômico, de competitividade, inovação ou de educação regular. Em educação profissional, o Brasil tem excelência, que é uma porta para a juventude brasileira”, disse.

MEDALHAS – Embora o país tenha ficado em segundo no ranking de pontos, no quadro geral de medalhas os brasileiros ficaram em 4º lugar. Foram 15 medalhas em Abu Dhabi, sendo 7 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze, além de 26 certificados de excelência. Considerando apenas as medalhas, a primeira posição ficou a China, Coreia do Sul e Suíça, mas o Brasil se manteve à frente de países com bastante tradição na disputa, como França, Japão, Áustria e Alemanha. Confira as medalhas conquistadas:

Medalha de ouro
Mecatrônica, Eletricidade Industrial, Manufatura Integrada, Tornearia CNC, Polimecânica e Automação, Escultura em Pedra e Tecnologia de Mídia Impressa;

Medalha de prata
Tecnologia da Moda, Joalheria, Construção de Estruturas Metálicas, Manutenção Industrial e Desenho Mecânico – CAD;

Medalha de bronze
Marcenaria de Estruturas, Movelaria e Construção de Estruturas para Concreto.

EXCELÊNCIA DE ENSINO TÉCNICO – Se em outros rankings mundiais de educação o Brasil não consegue melhorar sua posição, em educação profissional o caminho é inverso. Na última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), o país registrou queda de pontuação nas três áreas avaliadas: Ciências, Leitura e Matemática. Com isso, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A prova foi aplicada em 70 países.

O 2º lugar na WorldSkills, dentre 68 países, demonstra que os investimentos feitos pelo SENAI no ensino técnico têm resultados positivos. O SENAI é o maior complexo de educação profissional e serviços tecnológicos das Américas. Desde 1942, formou mais de 71 milhões de trabalhadores para 28 áreas da indústria brasileira, da iniciação profissional até a graduação e pós-graduação tecnológica. A instituição está presente em todas as regiões do Brasil com 555 escolas e 442 unidades móveis, entre as quais os barcos-escola Samaúma I e Samaúma II, que atendem a região Amazônica.

Estudo encomendado pelo SENAI com base em dados do suplemento especial, divulgado em março, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que profissionais que fazem cursos técnicos têm um acréscimo na renda de 18%, em média, em relação a pessoas com perfis socioeconômicos semelhantes que concluíram apenas o ensino médio.

A COMPETIÇÃO – Nas provas da WorldSkills, realizadas durante quatro dias, os participantes devem completar os desafios propostos na competição dentro de padrões internacionais de qualidade. É exigido que os alunos demonstrem habilidades técnicas individuais e coletivas em profissões da indústria e do setor de serviços, como Automação Industrial, Eletrônica, Eletricidade, Cozinha e Confeitaria, entre outras. Cada modalidade tem a participação de apenas um representante de cada país, seja uma pessoa ou uma equipe.

O Brasil participa do torneio desde 1983. Nesse tempo, os resultados na disputa melhoraram a cada edição e a equipe brasileira tornou-se uma certeza no top five do mundial, ao lado de nações que são referência educacional, como Coreia do Sul e Alemanha.

Presidentes de federações de indústrias comentaram o resultado

“Nós fizemos um papel muito bonito, isso mostra a qualificação do ensino que o SENAI transmite aos alunos”, destacou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry.

“Novamente o Brasil dá uma demonstração da excelência do nosso ensino profissional. Saímos daqui fortalecidos”, disse Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).

“Os competidores estão de parabéns, foram competentes e estão fazendo a diferença no mundo”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Edson Luiz Campagnolo.

Fonte: CNI