Brasil: 73º lugar em velocidade na internet

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Realizado com a participação de 243 países, o estudo “State of Internet” apurou que a velocidade média da conexão à internet no Brasil foi de 2,3 Mbps no primeiro trimestre de 2013, número que fica abaixo da média global de 3,1 Mbps. O dado classifica o país na 73ª colocação no ranking, perdendo até para a Coreia do Norte, que registrou velocidade média de 2,7 Mbps.

Segundo Marcos Feitosa, engenheiro e especialista da TE Connectivity, líder mundial no segmento de fibra óptica, quando o Imperador D Pedro II fez aquela chamada telefônica para Grahan Bell há mais de 100 anos, ele deve ter pensado que o Brasil seria o líder mundial nas telecomunicações. Mas, não foi bem isso que aconteceu.

“A estatização das companhias de telefonia no Brasil prejudicou o desenvolvimento do setor e pode ser uma das causas para o cenário apresentado pelo estudo”, afirma.

“Quando as companhias foram estatizadas tudo parou, vivemos 30 anos congelados. Isto foi o que aconteceu com as Telecomunicações no Brasil. Estamos atrasados”, destaca o especialista.

Ele observa, no entanto, que desde 1998 houve um avanço substancial. “Nossas redes estavam sucateadas, os equipamentos envelhecidos, a capilaridade não existia e só agora, depois de 15 anos, estamos alcançando uma condição estrutural que nos permite distribuir as comunicações como se deve”, disse.

Feitosa também mencionou outras causas para o Brasil estar neste lugar no ranking. Entre elas está o alto custo na recuperação das redes, a excessiva carga tributária e a grande demanda concentrada, que não permite atender de pronto. É necessário também dar prioridade ao segmento de telecomunicações porque é também é um investimento de responsabilidade social”, alerta o especialista.

O engenheiro salientou que a tecnologia FTTX (fibra óptica) saiu finalmente do papel, mas sua penetração ainda é baixa em função do preço.

“Em um país onde não há internet pública e sem equipamentos de acesso para todos, fica difícil consolidar a distribuição digital. As operadoras começaram a fazer sua parte construindo novas redes ópticas e celulares. Porém, sem um profundo programa dos governos, aliado à iniciativa privada, ajudando a fazer com que todos tenham acesso, será difícil. As transmissões de dados serão cada vez maiores para todos os tipos de perfil de cidadão e enquanto governo e entidades privadas não entenderem sua responsabilidade conjunto continuaremos patinando na velocidade do TELEXTO”, conclui Feitosa.