Ainda que os líderes de bancos reconheçam que tecnologias inteligentes estejam reformulando a base dos serviços bancários e possam transformar as experiências dos clientes, poucos planejam aumentar os investimentos na requalificação da força de trabalho, o que facilitaria a adoção dessas tecnologias no curto prazo, diz estudo da Accenture (NYSE: ACN).
Com base em duas pesquisas – uma com 100 executivos bancários e outra com 1.300 funcionários não executivos do setor – o relatório Future Workforce Survey – Banking: Realizing the Full Value of AI (em Português, Força de Trabalho do Futuro – Setor Bancário: Compreendendo Todo o Potencial da IA), prevê que, se os bancos investirem em Inteligência Artificial (IA) e na colaboração entre homens e máquinas no mesmo ritmo das empresas de alto desempenho, seus lucros podem crescer 34% e os níveis de emprego em 14% até 2022.
“À medida que a IA ganha novas nuances, o seu papel dentro dos bancos consegue ir além da automatização, chegando a impulsionar as capacidades humanas”, diz Alan McIntyre, diretor executivo global e líder de Banking da Accenture. “É importante que os bancos interessados nos benefícios da IA empreguem a ‘inteligência aplicada’ – uma combinação entre tecnologia e talento humano – em todas as áreas de seus principais negócios. Para chegar a esse ponto, eles precisam do comprometimento dos mais altos níveis de liderança e da compreensão que esta evolução exigirá uma mudança drástica em suas forças de trabalho”.
De acordo com o estudo, 76% dos 100 executivos de alto escalão entrevistados afirmam que tecnologias inteligentes serão um ponto crítico para a diferenciação de suas empresas no mercado e 39% acreditam que esta será a tecnologia por trás de qualquer inovação que venha a ser implantada ao longo dos próximos três anos.
Embora os bancos reconheçam que acertar a medida na colaboração entre homem e máquina é um dos principais desafios, poucos agem para descobrir o real valor da combinação de pessoas e máquinas inteligentes. Por exemplo, executivos do setor bancário acreditam que, em média, apenas um em cada quatro funcionários está pronto para trabalhar com IA. Além disso, apenas 3% afirmam que suas empresas planejam aumentar significativamente os investimentos na recapacitação de seus funcionários ao longo dos próximos três anos.
“A falta de comprometimento dos bancos com qualificações e requalificações de seus funcionários, para que estejam prontos para colaborar com tecnologias inteligentes, prejudicará significativamente a capacidade de implantação e a obtenção dos benefícios oferecidos por elas”, afirma McIntyre. “A única forma dos bancos tirarem proveito do uso da inteligência aplicada é garantindo que os dados e sistemas sejam projetados para serem justos, transparentes e confiáveis – e as pessoas são essenciais para treinar estas máquinas e fazer com que se chegue a esse nível de inteligência artificial responsável.
Mais de um quarto (28%) dos 1.300 funcionários não executivos do setor afirma passar mais da metade do seu dia trabalhando com tecnologias inteligentes. No geral, os funcionários demonstram otimismo em relação ao impacto da IA: dois terços (67%) acreditam que ela irá ajudar na conciliação entre vida pessoal e profissional e mais da metade (57%) espera um aumento nas perspectivas de carreira.
A pesquisa também sugere a existência de uma base forte para apoiar o aumento dos investimentos em habilidades de IA. Entre os executivos de alto escalão, 67% acreditam que suas empresas criarão mais empregos ao longo dos próximos três anos por meio da Inteligência Artificial.
“Os bancos – na verdade, todas as empresas de serviços financeiros – têm muito trabalho a fazer antes de poderem determinar a melhor maneira de empregar ferramentas inteligentes”, afirma Andrew Woolf, líder de Talent & Organization na prática de Financial Services da Accenture. “Uma boa forma de começar seria traçando uma estratégia que abranja a empresa toda e que seja focada na inteligência aplicada, repensando como o trabalho é feito hoje e determinando quais passos precisam ser tomados para passar a um estado de colaboração avançada, onde os humanos ajudam a inteligência artificial a ajudá-los.”