De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), o segundo trimestre de 2015 encerrou com retração de 1,4% perante o primeiro trimestre do ano, já descontados os efeitos sazonais. Como a economia brasileira já havia se contraído 0,2% no primeiro trimestre deste ano, completaram-se dois trimestres consecutivos de retração na atividade produtiva do país, consolidando, tecnicamente, uma situação de recessão econômica.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, houve queda de 1,5% na atividade econômica no segundo trimestre deste ano.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, as queda dos níveis de confiança de consumidores e empresários, a alta da inflação corroendo o poder de compra da população, as sucessivas elevações das taxas de juros encarecendo o crédito e as turbulência do cenário político atingiram em cheio a economia brasileira neste primeiro semestre de 2015, provocando o atual quadro recessivo do país.
Pelo lado da oferta agregada, houve quedas em todos os setores econômicos no segundo trimestre de 2015. A maior delas foi de 3,9% na atividade industrial, seguida das retrações de 0,2% no setor agropecuário e de 0,3% no setor de serviços. Vale notar quem, apesar da retração observada neste segundo trimestre de 2015, o setor agropecuário, em função da safra de grãs recorde esperada para este ano, ainda acumulada alta de 3,9% no primeiro semestre do ano.
Do ponto de vista da demanda agregada, a maior retração no segundo trimestre do ano ocorreu nos investimentos: recuo de 8,6% perante o primeiro semestre. Com este resultado, os investimentos fecharam o primeiro semestre do ano com queda de 9,4%. Da mesma forma, tanto o consumo das famílias quanto o consumo do governo se retraíram neste segundo trimestre do ano: quedas de 0,9% e de 0,6%, respectivamente. Por outro lado, o setor externo, com exportações avançando 4,1% e com as importações recuando 9,2%, impediram uma retração maior na atividade econômica no segundo trimestre de 2015.
A série histórica deste indicador está disponível em
http://www.serasaexperian.com.br/release/indicadores/atividade_ecomonica.htm
Metodologia do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal)
Na construção do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) utilizam-se técnicas estatísticas de desagregação temporal com indicadores (Chow-Lin, Fernandez, Litterman e Santos Silva-Cardoso). Cada subcomponente do PIB Trimestral, sem ajuste sazonal, oriundo do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, foi desagregado, por cada uma das técnicas supramencionadas, utilizando-se séries de alta freqüência (mensais) altamente correlacionadas com a série a ser desagregada. Considerou-se como estimativa final de cada série mensal associada a cada um dos subcomponentes do PIB Trimestral a média aritmética simples dos valores mensais obtidos por cada uma das técnicas distintas de desagregação temporal.
As séries mensais finais dos subcomponentes foram utilizadas como indicadores para a obtenção das séries dos níveis hierárquicos imediatamente superiores, sempre considerando como estimativas finais, em cada etapa, as médias aritméticas dos valores obtidos pelas quatro técnicas de desagregação temporal. Tal procedimento foi conduzido até chegar-se à última desagregação temporal, ou seja, do PIB Trimestral Consolidado, sendo que, para tanto, consideramos como indicadores mensais as séries desagregadas dos componentes da oferta agregada.
Para a obtenção das estimativas mensais das séries do PIB Trimestral com ajuste sazonal, cada componente mensal desagregado nos procedimentos anteriores (sem ajuste sazonal) foram ajustados sazonalmente utilizando-se TRAMO/SEATS constituindo-se, assim, os indicadores mensais a serem utilizados nas técnicas de desagregação temporal das séries, com ajuste sazonal, do PIB Trimestral.