Vesper Ventures inicia nova captação de R$100 mi para financiar startups de biotecnologia

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Gabriel Mantovani Bottós é CEO na Vesper Ventures

Vesper Ventures anuncia sua segunda rodada de captação de fundo, no valor de R$ 100 milhões, e consolida suas operações como uma venture builder focada na construção e desenvolvimento de biotechs. Cofundada pelo visionário Gabriel Mantovani Bottós, CEO da empresa, a companhia é pioneira no país no modelo de negócio totalmente voltado à biotecnologia, com foco em impacto social e ambiental. Tem um pipeline que emprega ferramentas de desenvolvimento de gestão para que companhias em early stage possam licenciar suas soluções, fomentando pesquisa e desenvolvimento de plataformas, que possibilitem avanços significativos em tratamentos e diagnósticos médicos, produção de alimentos e desafios ambientais.

Ao todo, nesta nova rodada, serão selecionadas 10 startups. Para fazer parte do portfólio da Vesper Ventures, os projetos têm que preencher os seguintes critérios: serem projetos de inovações globais e patenteáveis; ter um corpo científico de alto nível e, o principal, trazerem soluções para problemas globais sérios, ainda sem solução definida com impacto na sociedade e o planeta. Um segmento que, segundo o CEO da Vesper, ainda engatinha no Brasil.

Estados Unidos, Israel, China e Coreia do Sul investem pesado em biotecnologia. São mercados mais maduros e abertos para esse tipo de investimento de longo prazo. “Diferentemente dos modelos padrão onde o foco está no crescimento acelerado de market share, na biotecnologia a estratégia é totalmente oposta. A grande maioria das startups de Biotech não tem atividade comercial, o foco das operações está no desenvolvimento de propriedade intelectual de grande valor global. Apesar de ser novidade no Brasil, já é um dos principais setores de VC dos EUA há anos devido a grande oportunidade de geração de valor e retorno aos investidores.”, afirma Gabriel.

O segundo fundo da Vesper vai contar apenas com financiamento de terceiros. A  venture builder fará a gestão dos investimentos e acompanhamento da gestão das empresas. Antes de serem selecionados, os novos projetos passarão por uma rigorosa avaliação de conselheiros científicos com experiências nacionais e internacionais. Fazem parte do board nomes de peso como o da Dra. Maíra Bicca, neurocirurgiã e pesquisadora na Johns Hopkins University; do médico cirurgião Dr. Paulo Schor, especialista em Inovação de Saúde e Medical Design; do professor Paulo Arruda, docente na Unicamp e expert em agricultura e genética; e do Dieter Weinand, ex-CEO da Bayer Pharma.

Mais do que possibilitar o aporte financeiro, a Vesper também contribui na gestão e desenvolvimento do negócio das biotechs através do seu próprio “playbook”. “Fora a própria dificuldade em se desenvolver biotecnologia, com pesquisa científica aplicada, nem todos os pesquisadores estão preparados, conhecem as regras do sistema, entendem a importância e o potencial de proteger seus ativos ou têm visão de negócio, o que resulta no baixo número de patentes, fragilizando o potencial do projeto. Por este motivo, estimular projetos disruptivos em sua totalidade é essencial para o sucesso e escalada dessas startups”, explica o CEO.

Com diferentes aplicações, o setor de biotech representa, hoje, cerca de 27% do mercado global. A expectativa é que em 2024 esse número aumente para 31%, segundo pesquisa da consultoria Deloitte. Na saúde, por exemplo, este campo de conhecimento é responsável pelo desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tratamentos que podem alterar substancialmente a relação da medicina com uma patologia. Já a combinação da biotecnologia com a agricultura mostra-se fundamental para que o Brasil cumpra a meta de reduzir em 43% a emissão de gases de efeito estufa até 2030, conforme compromisso assumido na Conferência do Clima da ONU. Além disso é uma oportunidade de aumentar a produtividade sem necessidade de ampliação das terras disponíveis, evitando o desmatamento.

Liderança em biotecnologia de ponta no País

O Brasil tem grande potencial para biotecnologia, mas ainda faltam algumas etapas cruciais no desenvolvimento de startups desse setor, gerando um abismo entre pesquisa e indústria. Diante deste cenário, a Vesper Ventures viu a oportunidade de fazer a ponte entre projetos disruptivos e de impacto positivo com o mercado global.

“O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, com a maior floresta tropical do planeta; uma potência agrícola mundial; e uma relevante quantidade de pesquisas acadêmicas voltadas ao setor de Biotech. Temos enormes diferenciais competitivos para nos tornarmos um líder global em biotecnologia com soluções inovadoras para grandes desafios globais. Estamos sendo pioneiros no Brasil num setor que acredito que será um dos principais pilares de negócios no futuro.” adiciona Gabriel.

Na primeira rodada de investimentos, em 2020, entre cerca de três mil projetos analisados, sete startups foram selecionadas. 

Atualmente, o portfólio da Vesper Ventures é composto pela Aptahstartup de biotecnologia focada em novas terapias de RNA, inicialmente voltadas para longevidade, câncer e doenças neurodegenerativas; Cellertz, biotech que desenvolve uma plataforma de desenho in-silico das próximas gerações de terapias celulares contra o câncer e outras doenças usando inteligência artificial; Reddotstartup de biotecnologia focada em diagnósticos moleculares de última geração; Futr Bio, empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de vacinas de mRNA de próxima geração para prevenir e curar doenças como infecções e câncer; Vyro,  biotech que cria tratamentos de saúde revolucionários baseados na utilização do ZIKA vírus modificado por engenharia genética; Symbiomics, biotech que isola microrganismos de nova geração para uso em soluções sustentáveis em diversas culturas; e a InEdita, uma plataforma inovadora de edição de genoma para o desenvolvimento de plantas não transgênicas resistentes a pragas e pestes.