Vendas on line atingem 8,7% do varejo e estimulam negócios em Supply Chain digital

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O impacto do mundo digital no varejo é uma realidade há anos. O e-commerce já completa sua segunda década de existência, convertendo uma parcela cada vez maior de consumidores e em ‘nativos digitais’. Assim chegamos em 2017 com 8,7% das vendas no varejo mundial realizadas online. São 22 trilhões de dólares gastos anualmente em compras de produtos e serviços na internet, e as previsões indicam que esse valor deve chegar a 27 trilhões até 2020.

No mesmo ano, mais de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à Internet, em comparação a uma população mundial de 7,7 bilhões de pessoas. A transmissão eletrônica de dados, embora ainda distante da plena aplicação, é um imperativo para gerenciar a quantidade de informação e a complexidade dos fluxos de distribuição, tanto para fornecedores quanto para clientes.

O diferencial da Supply

Empresas líderes em supply chain digital apresentam taxas de disponibilidade de produto da ordem de 10 pontos percentuais mais altas que seus concorrentes, e tempos de resposta a mudanças no mercado 25% mais rápidos (BCG). Ao mesmo tempo, 77% das empresas consideram só possuir visibilidade sobre os fluxos de no máximo 2 elos da cadeia, seja de seus fornecedores diretos ou para clientes diretos.

Após muitas promessas, a revolução digital está enfim viabilizando um aumento significativo da visibilidade sobre os fluxos da Supply Chain. O círculo virtuoso de redução de custo e adoção em larga escala de sensores inteligentes possibilita a coleta de uma imensa massa de dados que, se bem explorados, podem servir de valiosíssimo instrumento de apoio à decisão.

Soluções técnicas de detecção automática como radiofrequência, reconhecimento facial e scanner 3D estão se integrando aos sistemas de gestão das empresas, mas também a poderosas ferramentas de análise de dados. Como resultado, empresas conseguem otimizar e sincronizar seus fluxos, resultando em consideráveis reduções de estoque e diminuição das perdas ao longo de seus processos. Os benefícios decorrentes acabam por rentabilizar o investimento em sensores, leitores e sistemas de análise.

O que vem por ai

No que diz respeito ao compartilhamento dessa massa de dados entre os parceiros da Supply Chain, o Blockchain desponta como uma promessa interessante. Essencialmente um banco de dados compartilhado entre várias partes, com garantia matemática do histórico das informações, é o princípio de funcionamento das criptomoedas como o Bitcoin. O Blockchain pode mapear todas as transações referentes ao produto, desde a extração da matéria-prima até a venda ao consumidor final.

Esse mesmo consumidor, cada vez mais ávido por detalhes sobre o que consome, pode se aproveitar do Blockchain para se assegurar de que a produção de sua roupa não se deu em locais com denúncias de trabalho escravo, ou para verificar se a origem de sua refeição é realmente orgânica. As empresas que se aproveitarem dessa tecnologia podem usá-la como ‘máquina de confiança’ e certificado de garantia do seu diferencial, criando valor para seus clientes.

Mas o apetite dos consumidores não está somente associado aos detalhes de seu produto. Clientes da era digital, munidos de um pequeno supercomputador em seus bolsos, exigem uma experiência sem fronteiras entre a Internet e as lojas físicas. A Supply Chain omnicanal, ou a integração completa entre os diferentes canais de venda da empresa, chegou para ficar – e é o principal desafio do momento.

A complexidade é enorme, mas companhias que se destacarem em serviços como o buy online, pick up in store, e na transformação de suas lojas em ‘centros de experiência, colherão os frutos de uma fidelização acentuada de seus clientes. Já existem serviços de entrega que monitoram o posicionamento do cliente em uma dada área através de seu celular, garantindo que sua encomenda seja recebida em mãos, estando ele em sua casa, trabalho, ou até mesmo em um parque.

O mobile computing, entretanto, é somente a ponta do iceberg de uma gigantesca transformação digital já em curso na logística. A aplicação da robótica em CDs surgiu para quebrar o paradigma de que a automação está necessariamente associada à perda de flexibilidade: robôs podem interpretar uma miríade de dados, tomar decisões cada vez mais complexas, e executar processos customizados. Verificar a integridade de uma caixa ou a validade de um produto são tarefas triviais para esses novos recursos do CD.

Por sua vez, a onda crescente dos veículos autônomos se configura como uma revolução inescapável da logística, ainda que com um longo caminho a percorrer em termos regulatórios. Esses veículos, como drones de entrega e caminhões sem motorista, se valem de um sofisticado conjunto de sensores, coletando volumes significativos de dados para compreender o mundo físico em seu entorno.

A ausência de condutores e a otimização do uso dos ativos de transporte – veículos autônomos podem se deslocar praticamente 100% do tempo, sem interrupções – prometem criar benchmarks de custos de transporte completamente diferentes dos atuais. A tendência trará ganhos óbvios para o consumidor final, sempre descontente com os valores de frete.

Por mais que robótica e veículos autônomos ainda soem como uma promessa futurista distante, aplicações pragmáticas resultantes dos avanços nessas áreas já são realidade (e não somente nos recorrentes exemplos da Amazon). Players tradicionais da logística como DHL, Linde e FM Logistic, testam soluções de inventário com drones e image recognition – automatizando uma das tarefas com menor valor agregado nos CDs. Também estão em teste alternativas híbridas de separação, usando robôs que acompanham os pickers, e suportam o peso do pedido. Aplicações como essas estão transformando e aprimorando as famigeradas condições de trabalho dos profissionais de logística.

Fonte:DIAGMA Brasil