A comercialização de imóveis novos da cidade de São Paulo iniciou o ano em queda, como é de costume, em relação ao mês de dezembro. Porém, janeiro de 2015 também apresentou redução nas vendas quando comparado ao mesmo mês de 2014.
De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário realizada pelo Secovi-SP, o primeiro mês do ano registrou a venda de 737 unidades residenciais novas na capital paulista, equivalente a redução de 77% em relação a dezembro, quando foram comercializadas 3.252 unidades. O resultado já era esperado pelo mercado. Além do efeito sazonal do início do ano – período impactado pelas férias escolares, o que reduz o movimento nos estandes -, janeiro sucedeu o melhor mês do ano passado em termos de comercialização de imóveis. Porém, a pesquisa também apurou redução de 28% nas vendas comparado a igual mês de 2014 (1.030 unidades negociadas).
Os imóveis de 2 dormitórios lideraram as vendas em janeiro, com 313 unidades (43% do total), seguidos de 252 unidades de 1 dormitório, 128 unidades de 3 dormitórios e 44 unidades de 4 ou mais dormitórios.
O indicador VSO (Vendas Sobre Ofertas) acumulado de 12 meses confirma que imóveis de 2 quartos são a tipologia com melhor desempenho, com 48% de vendas do total ofertado no período. Imóveis de 1 dormitório também se destacaram, com VSO de 43%.
Em termos monetários, a pesquisa constatou VGV (Valor Global de Vendas) de R$ 385 milhões, 76% inferior ao volume de dezembro e 26% a menos que janeiro de 2014, considerando os valores atualizados pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).
Lançamentos
Segundo os dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas 546 unidades residenciais no município de São Paulo, com redução de 88% em relação a dezembro e aumento de 32% frente a janeiro de 2014.
No mês, os imóveis com mais lançamentos foram os de 2 dormitórios (410 unidades), seguidos por 3 dormitórios (136 unidades). Não houve lançamentos de imóveis de 1 e 4 dormitórios.
Com os resultados de janeiro, a cidade de São Paulo finalizou o mês com um estoque de 26.994 unidades em oferta. A quantidade de vendas (737 unidades) maior do que de lançamentos (546 unidades) representou decréscimo de 1% em relação ao mês de dezembro e alta de 43% comparado a janeiro de 2014.
Região Metropolitana de São Paulo
A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é composta por 39 municípios, sendo a capital paulista o principal deles, motivo pelo qual a Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP analisa a cidade de São Paulo segmentada das demais.
Nas outras cidades da RMSP, foram comercializadas 592 unidades, uma redução de 74% em relação a dezembro (2.261 unidades negociadas) e queda de 51% comparado a janeiro de 2014. O VSO de 12 meses desses municípios continua maior do que o da Capital, comparativamente 54,8% contra 42,2%.
O estoque nos outros municípios encerrou janeiro com 14.715 unidades em oferta. A exemplo da Capital, a região registrou recuo no estoque em relação a dezembro de 2014, na ordem de 3%.
Considerações finais
O mercado imobiliário tradicionalmente apresenta queda de desempenho em janeiro diante de dezembro, principalmente em razão dos efeitos sazonais. A redução das vendas em relação ao mesmo mês de 2014, entretanto, pode indicar que persiste uma expectativa negativa quanto ao ambiente econômico. “Mesmo assim, seria precipitado concluir que as vendas este ano serão menores do que em 2014, tendo em vista que os grandes esforços de marketing das incorporadoras e vendedoras começaram neste mês (março de 2015), com diversas promoções na cidade”, pondera Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Em termos de lançamentos, vale notar que a quantidade de empreendimentos horizontais no mês foi maior do que os verticais, o que não é comum para uma cidade como São Paulo, com escassez de terrenos. O vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato, Emilio Kallas, acredita que o cenário mais provável é que haja uma redução de pelo menos 10% no acumulado de unidades lançadas durante este ano.
As empresas devem concentrar as estratégias de vendas nos imóveis já lançados, o que deverá equilibrar os estoques na cidade de São Paulo, diz o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes. “Portanto, o momento é favorável ao comprador, que encontra boas oportunidades de negócios.”