Varejo brasileiro mantém ritmo de recuperação e cresce 4,7% em fevereiro, aponta ICVA

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Com crescimento de 4,7% em fevereiro, comparado ao mesmo período do ano passado, o varejo brasileiro mantém o ritmo de recuperação observado nos últimos meses. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta sexta-feira (15). O indicador já tem descontado a inflação que incide sobre os setores do varejo ampliado. Em termos nominais, que refletem a receita de vendas de fato observadas pelo varejista, o ICVA registrou alta de 8,0% na comparação com o ano anterior.

O resultado do mês foi impactado positivamente pelo calendário. O Carnaval, período em que as receitas de vendas são tradicionalmente menores, caiu em março, enquanto que em 2018 a data foi comemorada em fevereiro. Ajustando o ICVA deflacionado a esse efeito, o índice apontaria alta de 3,8%, leve aceleração em relação a janeiro. Pelo ICVA nominal, no mesmo conceito, o indicador apresentaria alta de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2018, também apresentando leve aceleração.

“Mesmo descontando o benefício do calendário, o resultado do ICVA em fevereiro reforça a trajetória de recuperação no varejo”, comenta Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo. “Um destaque positivo foi a aceleração no setor de Vestuário. Por outro lado, dentre as regiões, o Sudeste – particularmente o RJ – contribuiu negativamente para o resultado do mês”, complementa.

INFLAÇÃO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em fevereiro pelo IBGE apontou alta de 3,89% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma leve aceleração em relação ao número registrado em janeiro (3,78%). Os grupos de itens de Alimentação no domicílio e Artigos de residência tiveram aceleração, enquanto o bloco de Transportes caiu ainda mais, de 3,1% em janeiro para 2,0% em fevereiro. A desaceleração foi puxada principalmente pelo item de Passagem aérea – que teve a maior queda – saindo de 14,3% de alta para deflação de 1,6%. Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em fevereiro ficou em 3,1%, tendo uma estabilização em relação a janeiro (3,2%).

SETORES

O bloco de Bens não Duráveis foi o único que apresentou desaceleração na passagem de janeiro para fevereiro, considerando o índice com ajustes de calendário. O desempenho do bloco foi puxado pelos setores de Drogarias/Farmácias e Supermercados e Hipermercados – que apresentou alta de preços no mês. Já o grupo de setores de Bens Duráveis e Semiduráveis apresentou aceleração na passagem mensal, influenciado pelas acelerações de setores como Vestuário e Móveis, Eletro e Lojas de Departamento. Finalmente, o bloco de setores de Serviços foi o que apresentou maior aceleração de janeiro para fevereiro, puxado principalmente por Alimentação em Bares e Restaurantes e Turismo e Transporte – este influenciado pela queda de preços experimentada no setor em fevereiro.

REGIÕES

Todas as regiões brasileiras apresentaram aceleração na passagem mensal, segundo o ICVA Deflacionado com ajuste de calendário. A única exceção foi a região Nordeste, que apresentou certa estabilidade no período. Pelo ICVA deflacionado sem ajustes de calendário, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Norte apresentou alta de 10,0%, seguido pelas regiões Centro-Oeste e Sul com 7,3% e 6,3% respectivamente. Por fim, temos as regiões Nordeste, com alta de 5,9%, e o Sudeste, com alta de 2,8%. “A região Sudeste foi impactada negativamente em decorrência das fortes chuvas – principalmente no estado do Rio de Janeiro – que fizeram diminuir o ritmo de vendas no estado”, comenta Mariotto. Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – o destaque também foi a região Norte, que registrou alta de 11,8% em fevereiro. Em seguida, temos as regiões Centro-Oeste e Nordeste, ambas com crescimento de 9,9% no período. Por último, temos as regiões Sul e Sudeste, que apresentaram crescimentos de 8,6% e 6,9%, respectivamente.

SOBRE O ICVA

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas, responsáveis por 1,4 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo e tem como proposta oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.

COMO É CALCULADO

A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

ENTENDA O ÍNDICE

ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.

ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.

ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.