Definir o valuation (valoração) de uma empresa é um processo fundamental e complexo que envolve a análise de diversos fatores. O valuation é essencial para determinar o valor justo de uma empresa, em um período específico, e é utilizado em diversas situações, como fusões e aquisições, captação de investimentos, venda de participações acionárias e desempenho financeiro.
Mas, diferente de uma empresa tradicional, o cálculo de valuation para uma startup em estágio inicial e pré captação de investimento não se aplica às fórmulas e projeções comuns de mercado e por isso, pode parecer diferente para quem não acompanha o mercado.
Mas Amure Pinho, fundador do Investidores.vc, plataforma de investimento anjo, explica mais sobre essa diferença: “Isso acontece, porque, quando uma startup calcular o seu valuation para captar, o investidor não estará pagando pelo quanto a startup realmente vale naquele momento, mas sim, pelo valor de construção do negócio, e do quanto ela estará madura e valiosa ao final dos 18 meses após captação”.
Ou seja, nessa caso do valuation para captação, estamos falando de uma projeção do seu valor futuro. Mas, apesar disso, isso não significa que esse valor pode ser aleatório e é recomendado ao fundador, entender as metodologias, boas práticas do mercado e uma avaliação criteriosa do seu negócio.
Pensando nisso, Amure selecionou alguns pontos importantes a considerar ao definir o valuation da sua startup. São eles:
Métricas financeiras: avaliar a receita total da empresa e sua margem de lucro; analisar o fluxo de caixa operacional disponível para pagamento de dívidas, investimentos e distribuição aos acionistas; comparar o desempenho financeiro da empresa com companhias similares do mesmo setor.
Ativos tangíveis e intangíveis: considerar o valor de mercado dos ativos físicos da empresa, como imóveis, equipamentos e estoque; e avaliar o valor de ativos intangíveis, como propriedade intelectual, marcas registradas, patentes, carteira de clientes, relacionamentos comerciais e tecnologia.
Perspectivas de crescimento: analisar o histórico de crescimento da empresa em termos de receita, lucratividade e participação de mercado; considerar o potencial futuro de crescimento com base em oportunidades de mercado, inovação, expansão geográfica e desenvolvimento de novos produtos/serviços.
Riscos e oportunidades: avaliar os riscos operacionais, regulatórios, legais e de mercado que podem impactar negativamente o desempenho futuro da empresa; e identificar oportunidades de criação de valor, como otimização de custos, lançamento de novos produtos, expansão para mercados emergentes e parcerias estratégicas.
Análise comparativa: analisar transações anteriores similares no mercado para entender os múltiplos de valuation utilizados e as condições de mercado na época; e comparar o valuation da empresa com outras similares do mesmo setor e tamanho para obter uma referência de mercado.
Considerações estratégicas e contextuais: levar em consideração os objetivos estratégicos da empresa, como expansão, consolidação de mercado, inovação ou saída do negócio; e considerar o cenário econômico global e local, taxas de juros, condições de mercado e perspectivas macroeconômicas que podem influenciar o valuation.