Vale a pena criar uma startup hoje? – Por Adriano Meirinho

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Existe um momento certo para criar uma startup? Quais pontos devem ser analisados antes de colocar sua ideia em prática?

Em um cenário de crise da política e economia brasileira, será que vale a pena criar uma startup? Quais critérios precisam ser analisados antes de colocar a mão na massa? Como saber se sua ideia vale uma empresa e se terá investimentos? Será que você possui as características necessárias para gerir um negócio?

A força do mercado empreendedor faz muitas pessoas caírem de cara na ideia de começar uma startup sem antes responder essas e outras perguntas que fazem toda a diferença lá para a frente. Para diminuir riscos, vamos falar sobre algumas delas.

O mercado

A ABStartups (Associação Brasileira de Startups), que em 2012 reunia pouco mais de 2,5 mil associadas, hoje conta com mais de 4,2 mil empresas do tipo. No total, o Brasil tem mais de 10 mil startups, movimentando bilhões.

Ou seja, mesmo com a crise, o volume de capital disponível para investimentos e de profissionais dispostos a empreender continua crescendo, ainda que os números sejam baixos comparados a outros países como Estados Unidos e Europa.

A maioria das startups hoje estão concentradas no estado de São Paulo, seguidas por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Grande parte delas trabalha no setor de tecnologia, área mais aquecida para esse mercado. Os profissionais atuantes em grande parte das startups também vem de áreas ligadas à tecnologia, como programação, biotecnologia, engenharia, física.

Isso não significa que apenas ideias de startups de tecnologia funcionam, nem que você precisa ser do setor para conseguir abrir o seu negócio. Significa que profissionais dessas áreas estão mais habituados à um ambiente de desenvolvimento contínuo, rápido, crescendo exponencialmente com custos baixos, trabalhando em ambientes de incerteza, criando e lançando produtos frequentemente. Em relação a investimentos, há diversas Venture Capital que ainda entendem o Brasil como um bom país para investimento de risco, e de uns 6 anos para cá, o ecossistema realmente cresceu, se profissionalizou e criou oportunidades mais tangíveis para criar uma startup.

Sua ideia

Antes de criar uma startup a partir de sua ideia de negócio, é essencial avaliar se você estará realmente resolvendo um problema que existe no mercado e que interesse o público. Procure saber como está o cenário do setor em que irá trabalhar, como concorrentes estão fazendo esse serviço ou oferecendo o produto.

Outras questões que devem ser respondidas são: quais são os benefícios do meu produto ou serviço acima da concorrência? Qual público se beneficiaria do meu trabalho e por quê? Investidores teriam interesse em qual característica específica do meu serviço ou produto? Qual o tamanho do meu mercado? O que seria preciso para construir um mínimo produto viável como teste? Precisarei de parceiros para começar esse negócio? Como os investidores podem lucrar (ter um exit de sucesso) com a minha ideia? Como posso criar um modelo de negócios em que eu tenha crescimentos exponenciais com custos baixos?

Determinando essas respostas, já será possível fazer um escopo dos próximos passos para desenvolver sua ideia e encontrar um capital de risco que se interesse pelo que você tem à oferecer.

Suas características

Aqui está o principal ponto de criar uma startup: seu potencial como gestor de um negócio. Vale a pena abrir uma empresa desde que você tenha espírito de mão na massa, saiba ouvir, tenha resiliência, esteja aberto para aprender cada vez mais e criar bons relacionamentos.

Se sua postura for de impulsionar seu negócio para a frente, sem estagnar em ideias que não dão certo e buscando investir sempre na melhoria do potencial de sua startup, poucos obstáculos serão grandes demais.

Adriano Meirinho é CMO e co-fundador do Celcoin, aplicativo de serviços financeiros que transforma o celular em maquineta serviços. Executivo de Marketing com MBA em Administração de Negócios do Varejo pela FIA-USP e certificação em Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL), Meirinho acumula experiência de mais de 18 anos em marketing e propaganda, com passagens em importantes empresas, como Oppa e Catho On-line, onde recebeu seis prêmios Top Of The Mind de 2006 a 2012 e três prêmios Ibest, nos anos de 2002 e 2004.