Um guia para a chegada do 400G ao data center

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Por Luís Domingues, engenheiro sênior responsável pela área de engenharia de sistemas da
CommScope para o Brasil

Com o aumento do tráfego de dados na internet (segundo o levantamento Mobility Report, houve um crescimento de quase 300 vezes no volume de dados móveis transmitidos nos
últimos dez anos) torna-se primordial evoluir a infraestrutura da camada física nos data
centers. As operadoras de rede já estão preparadas para uma migração para o 400G, mas
logo terão que lidar com um futuro com 800G e inclusive 1.6Tb/s. E esse processo não será
dos mais simples, pois algumas decisões essenciais, que podem definir o desempenho da
rede, terão que ser tomadas agora. Saiba quais são os elementos principais que deverão ser
levados em consideração ao fazer a migração para o 400G e já pensando no futuro:


Transceptores ópticos


À medida que os data centers evoluem, a velocidade de armazenamento e do servidor
aumenta, para poder suportar essas velocidades maiores é necessário o transceptor
adequado. O mercado de transceptores ópticos está sendo impulsionado pelo custo e
rendimento, e a atenção tem se concentrado nos módulos de 400GE de segunda geração
QSFP-DD e OSFP, que foram desenvolvidos para serem usados com switches de alta
densidade de portas para data centers e permitem até 12.8Tbps em 1RU por meio de 32
portas 400GE. Esses transceptores permitem uma baixa dissipação de energia e alta
densidade de porta.


Densificação da rede


A demanda por maior largura de banda está elevando cada vez mais a contagem de fibra
óptica. Antes os data centers tradicionais usavam menos de 96 vias de fibra óptica, hoje em
dia é comum usar até 864 vias, e os data centers hyperscale e cloud usam cabos com 3.456
fibras ou mais. Com a necessidade de uma quantidade maior de fibra óptica devemos nos
preocupar com o espaço que temos disponível, uma solução interessante é a fibra rollable
ribbon.


Enquanto a fibra óptica tradicional une 12 vias ao longo de toda extensão do cabo, a fibra
rollable se une de forma intermitente, o que permite que a fibra se enrole, ao invés de ficar
plana. Este tipo de design permite que sejam colocadas 3.456 vias em um duto de duas
polegadas, ao contrário do design plano, que permite acomodar apenas 1.728 no mesmo
espaço.


À medida que mais instalações adotam a tecnologia 400G e futuras, as operadoras de rede
precisarão destas opções para equilibrar o custo e o rendimento do data center. O mais
recomendável é manter uma abordagem holística na qual os switches, os transceptores
ópticos e o cabeamento operem de forma coordenada, pois a forma como todos estes
componentes funcionarão juntos determinará a capacidade da rede para suportar as
aplicações futuras.


Para garantir que os data centers alcancem as expectativas do futuro, é preciso trabalhar no
desenvolvimento de uma infraestrutura de fibra passiva que suporte uma complexidade cada
vez maior.


O data center em um mundo com 5G


À medida que as redes móveis migram para 5G e para a internet das coisas, os
administradores de TI estão se concentrando na borda e na crescente necessidade de colocar
maior capacidade e potência de processamento próximo aos seus usuários finais. Enquanto
fazem isso, estão reavaliando o papel dos seus data centers, ao mesmo tempo em que o
volume de dados está aumentando consideravelmente.


O futuro dos data centers reside em sua enorme capacidade de processamento e
armazenamento. À medida que a atividade aumenta na borda, a potência do data center será
necessária para criar algoritmos que permitam processar dados. Além disso, em um ambiente
de IoT, a importância da inteligência artificial e do aprendizado de máquina (ML, da sigla e
inglês) não podem ser subestimados. O data center será essencial para tornar estas
tecnologias realidade, pois a produção dos algoritmos necessários para impulsionar a IA e o
ML exige quantidades massivas de processamento de dados.


O data center terá um papel importante no futuro, porém à medida que as responsabilidades
dentro da rede se distribuem entre o núcleo e a borda, o trabalho do DC fará parte de um
ecossistema muito mais amplo.