Em 2019, Matheus Goyas, João Duarte, Rafael Torres, Claudio Lensing e Marcos Moura, ao lado de seus antigos sócios e equipe de AppProva – startup de dados e avaliação fundada pelo grupo em 2012 e adquirida pela Somos Educação em 2017 – começaram a planejar seus próximos passos como empreendedores após encerrarem o primeiro ciclo de sucesso.
O grupo sempre trabalhou orientado por uma missão clara: gerar oportunidade para as pessoas por meio de soluções educacionais de alta qualidade. Somente por meio do AppProva ajudaram mais de cinco milhões de estudantes em todo Brasil e milhares de instituições de ensino. Com base nesse mesmo propósito de gerar oportunidades e após uma série de viagens e investigações para definir o novo problema que tentariam resolver, eles decidiram dar um próximo passo para apoiar o cenário de empregabilidade no Brasil.
Foi assim que nasceu, em agosto de 2019, a Trybe, a escola referência em formação em desenvolvimento de software, uma das profissões mais procuradas pelo mercado. A startup se destaca pelo foco na qualidade da formação de seus estudantes. A empresa estima que investe cerca de 3 a 4 vezes mais que ofertas similares para a capacitação de cada pessoa que se forma no curso.
O resultado é uma formação completa e aprofundada, que abrange desde as habilidades técnicas necessárias para desenvolvimento de software até as chamadas soft skills, essenciais e demandadas no mercado de trabalho. Além disso, a escola oferece mentorias individuais e uma série de desafios práticos para potencializar a formação dos estudantes e prepará-los para o mundo real.
O principal diferencial da escola é um programa de aprendizagem de alta qualidade de seis horas por dia com duração de um ano criado sob medida para formar pessoas que atenderão às demandas das principais empresas do Brasil e do mundo. “Nosso objetivo é acelerar a carreira da pessoa em desenvolvimento de software. A ideia é trabalhar ativamente desde o início do programa para preparar e conectar os estudantes com as nossas empresas parceiras”, enfatiza Goyas, CEO da startup.
As empresas que precisam recrutar pessoas em desenvolvimento de software podem estabelecer parcerias com a Trybe sem nenhum custo, já que o único objetivo da escola é aproximar os melhores empregadores de seus estudantes para oferecer boas oportunidades profissionais. A ideia, segundo a empresa, é sempre trabalhar para maximizar o sucesso das pessoas. Atualmente, a Trybe possui fila de espera de empresas querendo ser parceiras, tamanha a demanda.
Os interessados em se formar na escola também são numerosos. Foram mais de 4800 inscrições de pessoas interessadas em estudar na turma de janeiro, porém menos de 100 delas foram aprovadas – uma taxa de ingresso similar à de processos seletivos de universidades públicas e instituições estrangeiras renomadas. Isso porque o processo de seleção da Trybe é rigoroso e busca encontrar pessoas altamente esforçadas e capazes de aprender.
A estratégia está dando certo: apenas seis meses após sua fundação, a Trybe acaba de receber seu segundo aporte, de R﹩ 42 milhões, liderado pelo fundo Atlantico e composto por outros investidores, entre eles Canary, Global Founders Capital, e.Bricks, Maya e Norte. Anteriormente, a startup já havia captado uma rodada seed liderada pelo Canary e com participação de e.Bricks, Maya e Joa (fundo de investimento do apresentador Luciano Huck) e que contou, também, com investidores pessoas físicas de peso, como Armínio Fraga e Ronaldo Lemos.
Segundo Goyas, o valor será usado majoritariamente para investir na qualidade da formação dos estudantes. “A Trybe só ganha quando o estudante tem o sucesso profissional. Isso nos obriga a oferecer não só as melhores práticas de ensino, como também investir cada vez mais na qualidade e formação do estudante. Afinal, se nossos estudantes não forem bons profissionais, eles não terão sucesso e, consequentemente, nós perdemos com isso”, afirma o empreendedor.
Aqui, Goyas se refere a outro diferencial da escola, o Modelo de Sucesso Compartilhado (MSC). Nele, o estudante não precisa arcar com nenhuma taxa ou mensalidade até conseguir um trabalho que pague no mínimo R﹩ 3.500 por mês. Isso significa que a Trybe só ganha quando os estudantes passam a ganhar de verdade. Apesar de novo no Brasil, o modelo já vem sendo adotado nos Estados Unidos, conhecido por lá como ISA (Income Share Agreement).