As condições ofertadas em 2016 à indústria de transformação em São Paulo para a tomada de crédito foram piores do que as do ano anterior, segundo dados da pesquisa Rumos Crédito elaborada pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A pesquisa, que ouviu 430 companhias, constatou que 53,5% contratou, renovou ou tentou contratar ou renovar alguma linha de crédito durante o ano, sendo que, desse montante, 11,7% não teve crédito aprovado em nenhuma das linhas buscadas, e das que tiveram crédito aprovado, 25,4% conseguiram menos de 60% do valor pretendido.
Já as companhias que buscaram crédito, mas que decidiram pela não contratação, afirmam ter encontrado custo alto (77,8%); exigências elevadas para garantias (72,2%) e prazo muito curto para a quitação do contrato (22,2%).
Entre as empresas que tiveram o crédito recusado ou aprovado parcialmente, os motivos elencados foram garantia insuficiente (33,6%), elevado endividamento da empresa (25%), dívidas em atraso (19%) e restrição cadastral (19%).
Já das companhias que não buscaram crédito, 16,4% afirmaram que não foram atrás por estarem muito endividadas ou com dívidas em atraso e 12,7% porque já esperavam que o custo seria muito alto.
A linha mais pretendida foi a de crédito para capital de giro – almejada por 71,3% da indústria, quitação de dívida (40,9%), investimento (14,8%), exportações (7,4%) e outros (2,2%). As empresas que participaram da pesquisa podiam indicar mais de uma linha de crédito, portanto, os percentuais somam mais de 100%.
Das empresas que participaram da entrevista, 22,1% têm faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, 29,6% acima de R$ 3,6 milhões, 29,3% acima de 16 milhões até 90 milhões, 10,9% acima de R$ 90 milhões até R$ 300 milhões, 5,1% acima de R$ 300 milhões, com 3% não respondendo essa questão. As companhias que mais buscaram crédito foram as de faturamento entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões, representando 62,7% delas.