As entidades sem fins lucrativos empenhadas em ações sociais têm longa existência no Brasil, entretanto, nas últimas décadas, têm se multiplicado com rapidez, tornando o Terceiro Setor, um importante pilar da sociedade, ao lado do Estado e do setor privado.
O Terceiro Setor é composto por entidades sem fins lucrativos, que desenvolvem ações e atividades voltadas para o bem estar da população. Devido a essa característica, muitas vezes, a falta de gestão nessas entidades, podem levá-las ao fracasso.
Ao abrir ou administrar uma organização não governamental é necessário ter em mente que essas entidades, como qualquer outra empresa, necessita de uma gestão de qualidade, levando em conta conceitos como eficiência, eficácia e produtividade, ou seja, não basta apenas ter boa vontade em ajudar a sociedade, é preciso pensar de forma estratégica e profissional, para que os objetivos sejam atingidos.
Com o propósito de suprir necessidades não atendidas pelo governo, em áreas como cidadania, meio-ambiente, desenvolvimento social, entre outros assuntos que contribuam para o desenvolvimento sustentável da sociedade, essas organizações precisam e demandam de uma atuação profissional, com colaboradores capacitados e um plano de negócios bem definido. A ausência de uma gestão profissional desde a criação da ONG pode comprometer a realização do projeto.
Toda organização que visa obter sucesso no mercado onde atua precisa ter bem estabelecidos sua missão, visão, objetivos e metas. Pois, somente por meio da definição de onde se pretende chegar, será possível traçar um planejamento a fim de orientar o posicionamento da entidade, assim como definir e alcançar seus objetivos.
Cabe ressaltar também, que mesmo sendo uma entidade sem finalidade de lucro, nada implica em gerar excedentes financeiros, visando sua sustentabilidade e por isso, faz-se necessário a adoção de controles internos em suas gestões.
Por serem entidades do Terceiro Setor é importante ficar atento a quatro aspectos essenciais na gestão:
Transparência: refere-se ao cumprimento da responsabilidade da organização em prestar contas aos diversos públicos que têm interesses legítimos diante dela;
Sustentabilidade: trata-se da capacidade de captar recursos (financeiros, materiais e humanos), de maneira suficiente e continuada, permitindo assim que a organização alcance seus objetivos;
Qualidade de serviços: o aprimoramento da qualidade deve ser um objetivo contínuo das entidades, em prol da melhoria da sociedade;
Capacidade de articulação: esta característica depende da existência de interesses compartilhados, dos recursos necessários para promovê-la, mas também, de uma competência gerencial, que inclui técnicas e habilidades interpessoais desenvolvidas nos gestores de organizações do Terceiro Setor.
Portanto, pode-se dizer, que, como em qualquer outra empresa, as organizações de Terceiro Setor também devem fundamentar seu processo de gestão nas funções de planejamento, implementação e controle, não se limitando apenas à prestação de serviços de qualidade. É preciso existir planejamento e estratégias administrativas que viabilizem a captação de recursos junto a doadores e financiadores, o recrutamento e capacitação de colaboradores e voluntários, a atração do público alvo, o marketing, o relacionamento com o Estado e a sociedade.
Eliandra Cardoso (eliandra@egeriaconsultoria.com.br): Administradora, Empreendedora e Coach. Especialista em gestão de Organizações Sociais. Sócia Fundadora da Egéria Consultoria.