Startups do Brasil e Israel vencem desafio da Bayer e Food Tech Hub Br com foco em reduzir a perda de alimentos

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Prolongar a vida útil de frutas, legumes e verduras, enriquecer alimentos com micro e macro nutrientes, aumentar as produções de diversas culturas e utilizar monitoramento via satélite para uma melhor tomada de decisão nas lavouras são algumas das inovações desenvolvidas pelas startups vencedoras do Desafio Food Loss. A iniciativa da Bayer em parceria com o Food Tech Hub Br tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento de soluções que ajudem a reduzir as perdas de alimentos no trajeto entre as fazendas e os fornecedores.

As soluções dessas startups endereçam temas prioritários do agronegócio ligados a novas tecnologias e processos digitais, transporte e armazenamento, processos que aumentam o tempo de prateleira e segurança dos alimentos, além da produção agrícola. Uma das vencedoras, a Quíper Fresh, por exemplo, desenvolve um produto que, quando colocado em meio aos alimentos, triplica a duração deles. Já a Infineat criou um projeto para coletar alimentos onde há desperdício e destiná-los a entidades sociais cadastradas no programa.

“Cerca de 13% dos alimentos na América Latina e Caribe são perdidos em etapas de produção, processamento e logística. Diante deste cenário, nosso intuito com o desafio é selecionar e investir em startups com ferramentas inovadoras capazes de ajudar a reduzir estas perdas que ocorrem desde o momento em que os alimentos saem da lavoura até quando elas chegam aos fornecedores”, afirma André Fukugauti, gerente de projeto em Inovação Aberta da divisão agrícola da Bayer, que fez parte da banca que avaliou as soluções finalistas, no Pitch Day.

O Desafio Food Loss foi mais uma iniciativa de inovação aberta conduzida pela Bayer, dessa vez em parceria com o Food Tech Hub Br, para solucionar um gargalo e apoiar a construção de um futuro cada vez mais sustentável. Somente no Brasil, na fase final da cadeia de abastecimento (carregamento e frete), as perdas médias de alimento chegam a 30% no segmento de frutas e a 35% no de vegetais, de acordo com uma pesquisa da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

O desafio priorizou soluções no setor de hortifrúti, especificamente nas culturas de tomate, melão, folhosas, batata e brássicas, como couve, repolho, nabo, brócolis etc. Além da interação com importantes atores da cadeia, cada uma das quatro startups vencedoras receberá um prêmio de R﹩ 10 mil em crédito para uma viagem para visitar espaços de conhecimento relacionados com a categoria em que competiu.

“Todo o investimento em inovação deve contemplar a sustentabilidade, uma vez que a agricultura faz parte da solução para enfrentarmos desafios como a redução da segurança alimentar, da biodiversidade e questões climáticas. Porém, sabemos que é impossível inovar sozinho. A inovação precisa ser um processo colaborativo e, por essa razão, buscamos sempre atuar por meio da inovação aberta com startups, hubs de inovação e outras empresas, a fim de firmar parcerias em busca de soluções para os desafios mencionados”, comenta Fukugauti.

Conheça as startups selecionadas em cada categoria:

Produção: A Krilltech surgiu de uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A união permitiu o desenvolvimento de tecnologias para oferecer soluções em nanotecnologia verde, para aumentar a produtividade e a qualidade nutricional de cultivares. O objetivo da agtech é melhorar o rendimento, a eficiência e a lucratividade do produtor.

Transporte e Armazenamento: O projeto Infineat foi criado a partir de um gargalo: alto desperdício de alimentos no Brasil x milhões de pessoas passando fome ou em condições de insegurança alimentar. A startup proporciona um serviço logístico que consiste em coletar alimentos onde há desperdício para destiná-los a entidades cadastradas na plataforma.

Novas Tecnologias e Processos Digitais: A Israelense Cropx possui um conjunto de ferramentas que auxilia os agricultores a monitorarem o movimento da água e dos agroquímicos no solo para que seja possível minimizar a poluição ambiental e evitar o escoamento, além de otimizar os custos com recursos. A empresa abrange um gerenciamento de fazendas com tecnologia e irrigação ativa, umidade autocalibrada, sensores químicos, dados de solo e gerenciamento de fertilizantes.

Processos que aumentam o shelf-life e segurança dos alimentos: Prolongar a vida útil de frutas, verduras e legumes, é o principal objetivo da Quíper . A startup comercializa para produtores, varejistas e consumidor final, o “Morango Azul”, produto que, quando colocado em meio aos alimentos, triplica a duração deles, sem nenhuma influência no sabor, ao absorver o gás etileno exalado por eles. O refil, após 30 dias de uso, pode ser utilizado como adubo.