Startups ainda têm espaço para crescer nos setores de tecnologia, telecom e entretenimento, aponta pesquisa da Deloitte e Abstartups

Compartilhar

Startups de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), Telecom e Entretenimento ainda têm espaço para crescer no Brasil. É o que aponta o Índice de Densidade Setorial 2022, estudo elaborado pela Deloitte – organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo – com base nos dados da Associação Brasileira de Startups (Abstatups). O índice avalia o volume das startups em relação ao tamanho de cada indústria. Segundo os dados, em um total de 19 setores, o segmento ocupa a 11ª posição, com índice de densidade de 1,12%. Com isso, está entre os 12 que obtiveram o resultado acima da média geral (1,00%), o que mostra como o setor é uns dos que estão menos congestionados para atuação das startups. Assim, entre os mais procurados, o setor é um dos que ainda tem mais espaço para receber novos negócios.

A metodologia levou em conta as startups que atuam no B2B (modelo de negócio “business to business”, ou seja, de vendas corporativas), no B2B2C (“business to business to consumer”; ou seja, fornecedores de empresas que atendem diretamente o consumidor) e B2G (“business to government”, ou seja, negócios que atendem o setor público). Ao todo, o mapeamento identificou 52.678 startups em todo o país, quantidade 5% maior do que na primeira edição.

“A tendência é que as startups com boas propostas de negócios e boa governança e gestão obtenham resultados mais promissores, atraindo mais investimentos e se mantendo ativas no mercado”, avalia Glaucia Guarcello, sócia-líder de Inovação e Ventures da Deloitte.

Além do segmento de TIC, Telecom e Entretenimento, atestaram queda no índice de densidade os seguintes setores: Atividades Financeiras (3,88%), Tecnologia da informação (3,09%), Agronegócio (1,53%), Serviços de Saúde e Farmacêutica (1,47%), Construção Civil (1,02%), Transporte e logística (0,87%), Energia e Saneamento (0,44%) e ainda, Papel, Celulose e Madeira (0,44%). Vale ressaltar que, de modo geral, quanto mais baixo os índices maior a abertura para atuação das startups.

Entre aqueles que perceberam alta no índice estão: Hotelaria e Serviços de Turismo (2,61%), Esportes e Lazer (2,19%), Educação e Pesquisa (2,00%), Siderurgia, Máquinas e Manufaturas (1,25%), Alimentos e Bebidas (1,05%), Comércio e Produtos de Consumo (0,96%), Veículos e Autopeças (0,87%), Serviços de Infraestrutura (0,77%), e Indústria Química e Extrativa (0,59%).

Para Luiz Othero, CEO da Abstartups, o levantamento evidencia o tamanho do terreno que pode ser explorado por startups brasileiras. “Há muitas oportunidades nos segmentos que estão em alta, como o de TICs. Quem deseja investir no setor pode ter um retorno muito interessante nos próximos anos.”

O espaço para o crescimento dos negócios em inovação e tecnologia no setor também foi constatado por outro estudo da Deloitte, a Agenda 2022. Nele, 38% das empresas de TIC e Telecom afirmam não ter nenhum tipo de relacionamento com startups. Por outro lado, para 57%, as parcerias são uma prioridade, o que reforça as possibilidades de conexões sólidas entre as companhias.