Estimular o empreendedorismo e a inovação entre universitários por meio do modelo de startups: esse é o objetivo do Renault Experience. Neste ano, a edição recebeu 323 inscrições de todo o Brasil. Destes, apenas 3 iniciativas foram selecionadas para receber mentoria exclusiva e aporte de R$ 30 mil para desenvolver uma ideia inovadora que ajude a melhorar as condições de segurança no trânsito brasileiro. E o Centro Universitário Internacional (Uninter) está dentro: o grupo que desenvolveu a solução SENSCAR, formado por estudantes do curso de Relações Internacionais, divide o pódio com a USP e a Federal do Espírito Santo.
Agora, com o desenvolvimento do projeto SENSCAR oferecido pelos estudantes da Uninter, motoristas alcoolizados não conseguirão mais dar a partida no motor do carro. Por meio de aparelho de alta sensibilidade para detecção de álcool, um sensor capta se houve ingestão de bebida alcoólica pela respiração do motorista. Caso o aparelho reaja positivamente, o carro trava e não pode se movimentar. “Impedimos que o condutor coloque sua vida e de outras pessoas em perigo”, explica Jean Pierre.
A principal dificuldade do grupo durante a criação do protótipo foi conseguir diminuir o custo de produção do sensor. “No começo, avaliamos em R$ 500 a unidade, considerando lucro próximo a zero, o que tornava o projeto inviável”, relembra Carlos Cunha. Com ajuda dos professores da Uninter, foi possível repensar o plano de negócio. “Eles precisaram se adaptar ao mercado, baixar custos e criar uma solução mais viável: assim, oferecemos a forma de venda em comodato; após dois anos o sensor se torna propriedade do cliente”, explica Daniel Cavagnari, coordenador do curso de Gestão Financeira da Uninter.
Quando for comercializado, os clientes poderão comprar o produto e pagar em forma de mensalidade, com baixo valor de mercado. “Ficará em torno de R$ 59 por mês. Um valor que viabiliza o projeto e paga pela prestação de serviço e monitoramento do condutor”, completa Cavagnari. De acordo com Jean Pierre, integrante do SENSCAR, o primeiro investimento com o aporte recebido será a compra da patente do produto. Vamos estudar mercados no Brasil e exterior para iniciar nossa produção”, explica.
Por um trânsito sem mortes
De acordo com Comitê de Análise dos Acidentes de Trânsito, 62% dos acidentes fatais no trânsito em Curitiba envolveram a mistura álcool e velocidade em 2017. Com ajuda de novas tecnologias, aliado ao pensamento inovador dos estudantes, Gabriele Correia, Jean Pierre e Carlos Cunha têm em mãos um projeto que pode mudar a realidade brasileira de violência no trânsito. “O uso de bebida alcoólica é um grave problema social no país. Não basta conscientizar, precisamos encontrar formas para coibir que isso aconteça”, avaliam os integrantes do grupo.