Fundada em 2014 pelo curitibano Alessio Alionço, a Pipefy, empresa de SaaS, foi projetada para facilitar o processo lento, caro e muitas vezes incômodo enfrentado no dia a dia por gestores. Ao se aproximar do consumidor no mercado de operações internas comuns a todos os negócios do mundo, a Pipefy cresceu rapidamente e hoje está presente em 150 países, atendendo a mais de 8 mil empresas: desde pequenos negócios, como a Dandelion Chocolates, baseada em São Francisco (EUA), a gigantes como Accenture, IBM, Santander e Wipro, passando por startups que já receberam investimentos, como a Olist e a Nibo.
Com interface intuitiva, ao estilo Kanban, a plataforma permite a execução de novos processos operacionais para departamentos como Serviço ao Consumidor, Recursos Humanos, Financeiro, Marketing e Vendas, possibilitando que sejam postos em prática dentro de horas ou dias, sem entraves de TI.
Estratégia de expansão para outros países
Para ter abrangência global, o primeiro passo foi ter a plataforma da Pipefy em inglês, desde o produto até o site, além de mídias sociais e campanhas de marketing. Outra decisão foi seguir a estratégia de países como Israel, que trabalham sempre com mercados globais: “É muito difícil ter relevância em targets pequenos”, diz Alessio Alionço, fundador e CEO da Pipefy. “Quando o Go To Market é global, existem muitos canais de nicho, o que faz com que seja muito mais fácil o trabalho, por exemplo, para a equipe de marketing fazer uma hipersegmentação de cauda longa para mídia paga. Nós percebemos que é muito mais fácil ser global desde o primeiro dia do que migrar de um produto local para um produto global posteriormente”, diz o empreendedor paranaense.
Oferecer um bom serviço ao consumidor final sem se ter uma base física no país no qual ele é utilizado pode parecer um obstáculo, mas Alessio percebeu um elemento-chave para direcionar essa condição a seu favor. “Nós preparamos a nossa operação para trabalhar com esses países através de cultura – entender como o mercado consumidor de software no local se comporta, sempre respeitando o fuso desses locais. Por exemplo, o brasileiro gosta de marcar reuniões, enquanto o americano gosta de comprar o software de maneira self-service”, conta.
Detalhes que fazem (toda) a diferença
Particularidades de cada país atendido são consideradas na hora de pôr as operações em prática. “Hoje, o fundamental para a Pipefy é ser bem sucedida nos países em que atua. Por isso, preparamos a nossa equipe para trabalhar com diferentes realidades, horários, modos de compra e ciclo de vendas. Temos uma preocupação muito grande com as ferramentas que usamos, desde bons recursos para reunião remota, infraestrutura de voz e dados, DDDs locais para parecer que estamos mais próximos dos clientes e ferramentas de insight sales”, afirma, concluindo em seguida: “A ideia é mostrar que estamos próximos desses clientes e que entendemos as suas necessidades, bem como de que forma preferem se comunicar com a nossa equipe”.
Aproveitando espaços do mercado
“Nós estamos construindo um novo segmento de mercado”, diz Alessio. “Durante anos, gerentes de empresas e departamentos de TI vêm lutando para priorizar recursos valiosos. A área de negócio das empresas tentava usar tecnologia para ser mais eficiente, mas dependia sempre do auxílio do departamento de TI para implementar e manter essas mudanças”, pontua. “Nossa visão é permitir que cada gestor dentro de uma organização crie seus próprios fluxos de trabalho customizados, sem a necessidade de possuir conhecimento técnico em programação. Ao possibilitar o gerenciamento ágil de processos, nossos clientes podem reagir a um ambiente de mudanças constantes e rápidas, garantindo uma execução de alta qualidade”, explica.
Experiência customizada de produto
A Pipefy entende que cada negócio é único e é justamente essa singularidade dos processos de cada empresa que pode levá-la à vantagem competitiva sobre os demais concorrentes no mercado.
“É difícil criar uma experiência de produto global nesse mercado, devido à complexidade significativa das operações internas de empresas. A Pipefy conseguiu criar um belo produto, que prioriza o usuário final e vai direto ao ponto dos problemas de negócios que eles estão resolvendo”, destaca Dan Scholnick, Sócio-Geral da Trinity Ventures, que completa: “Milhares de clientes em todo o mundo validaram a plataforma por meio do tempo e dinheiro que dedicam diariamente ao Pipefy”.
Anúncio de investimentos
Em março deste ano, a Pipefy recebeu o levantamento de US$16 mi em sua rodada de investimentos Série A, encabeçada pela OpenView Partners, firma de venture capital focada em empresas em fase de expansão, além da Trinity Ventures. A Redpoint Ventures e a Valor Capital, que já haviam investido na plataforma, também participaram da rodada. Outros investidores da companhia são a 500 Startups, o Founders Fund (do fundador do Paypal, Peter Thiel) e os fundadores da Zendesk, Morten Primdahl e Alexander Aghassipour. Os fundos levantados serão utilizados para escalar as operações da empresa à medida que a Pipefy expande suas equipes tanto em São Francisco como no Brasil.