O aparelho celular é um desejo de muitos brasileiros, mas nem sempre é tão acessível devido à ausência de uma conta bancária ou simplesmente por não ter um limite de crédito ou então ele ser baixo. Com essa dificuldade, por que não usar o próprio celular adquirido como uma garantia para um crédito financeiro pessoal? Nesse contexto surge a PayJoy, startup americana de tecnologia que facilita a aquisição de um smartphone pelos consumidores com restrições de crédito.
Fundada em 2015 em São Francisco, nos Estados Unidos, por Doug Ricket, ex-funcionário do Google Maps, e os cofundadores Gib Lopez e Mark Heynen, a PayJoy iniciou a primeira operação no México. Atualmente, a startup tem atuação em 13 países, como África do Sul, Índia e Indonésia. No Brasil, a empresa acaba de iniciar as operações e tem à sua frente Wagner Mendonça, Líder de Desenvolvimento de Negócios.
O último investimento levantando pela PayJoy foi de 20 milhões de dólares, liderado pela Greylock Partners, empresa líder em capital de risco, seguida por Union Square Ventures, EchoVC e Core Innovation Capital que também participaram da rodada de série B. Totalizando até então mais de 70 milhões de dólares captados, a startup americana tem, ainda, como investidores as seguintes empresas: Santander InnoVentures, Assurant, Mindset Ventures, Orange Digital Ventures, Nxtp Labs, Draper Nexus, Itochu e Fenway Summer Ventures.
De acordo com o Banco Mundial, 32% da população brasileira não possui conta bancária, ou seja, são cerca de 67 milhões de pessoas sem acesso a crédito. Além disso, outro dado para se ressaltar é o uso de celular: 92% da população brasileira possui ou tem acesso a um aparelho.
Segundo dados da própria PayJoy, sua tecnologia é capaz de contribuir e impulsionar a inclusão financeira e melhorar os três indicadores-chave para os seus parceiros: aumento nas vendas de aparelhos de celulares, elevação no preço médio de venda dos mesmos e crescimento da participação no mercado. No México, por exemplo, a venda nas lojas foi um sucesso graças ao seu processo operacional simples, que já garantiu a rápida assimilação do produto. Com relação aos resultados, houve uma redução significativa da taxa de inadimplência e um aumento na propensão dos consumidores em efetuar os pagamentos.
“Estamos trabalhando e construindo uma tecnologia capaz de favorecer a inclusão financeira, algo que apresenta uma grande sinergia com países como é o caso do Brasil”, explica Mark Heynen, cofundador e CBO da PayJoy. “Apostamos no Brasil porque é um país com mercado gigantesco e bastante promissor para nossa tecnologia, principalmente porque reúne características como um alto interesse pela categoria de celulares por parte dos consumidores e grande parcela da população não possui acesso a crédito ou mesmo à conta bancária”, complementa.
Como funciona
A PayJoy oferece às operadoras de comunicação móvel, empresas financeiras e varejistas uma tecnologia que permite que os celulares sejam uma garantia para a compra do próprio aparelho ou empréstimo pessoal. Em caso de não pagamento as empresas poderão limitar a utilização das funcionalidades dos aparelhos e seus aplicativos.
O modelo de negócio é business to business, ou seja, a PayJoy licencia o uso desta tecnologia para seus parceiros comerciais. Nestes casos, as regras do bloqueio e os valores dos empréstimos são definidos pelos próprios parceiros, de acordo com seus interesses, podendo variar caso a caso. Adicionalmente pode ser contratado o recurso de Score que possibilita, por exemplo, ao varejista traçar um perfil de crédito mais preciso de seus consumidores facilitando o processo decisório.