Shoppings brasileiros devem adaptar espaços por conta da Covid-19

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Os shoppings começaram a reabrir em diversas cidades no Brasil, mas os impactos que a Covid-19 deixou nos hábitos de consumo devem mudar a forma como as pessoas se relacionam com grandes centros de compra e entretenimento. Segundo pesquisa da EY realizada com mais de mil consumidores, administradores de shoppings e varejistas de diversas regiões do Brasil, 78% dos consumidores darão preferência para shoppings com espaços abertos e 50% das administradoras acreditam que o modelo será uma tendência no médio a longo prazo.

Ter ambientes mais amplos e com menos aglomerações já era uma tendência, mas assim como outras transformações, foi acelerada em razão da novo coronavírus. Sem uma plataforma eficiente de venda, varejistas também tiveram que intensificar a digitalização dos serviços – cenário que deve ser mantido no país mesmo após a pandemia.

Durante o período de isolamento, 61,32% das pessoas entrevistadas buscaram serviços online de lojas e/ou restaurantes que costumavam frequentar nos shoppings. Mesmo assim, 73% afirmam que a plataforma digital não irá substituir completamente os espaços físicos destinados a esses serviços.

“Teremos um período de incerteza até contarmos com uma vacina, por isso é essencial mesclar o presencial e o online, aprimorando o e-commerce, o delivery center, as parcerias com aplicativos de entregas, entre outros. Ao mesmo tempo, é importante estabelecer uma ligação emocional com o consumidor e desenvolver novas estratégias de atração e venda, criando um vínculo mais forte de fidelidade com a marca e o local”, afirma Roberta Tedesco, diretora executiva de estratégia em finanças corporativas da EY.

Entretenimento e segurança

Segundo Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) o setor teve R$192,8 bilhões em faturamento em 2019, gerando 1,1 milhão de empregos e atingindo 502 milhões de visitantes ao mês.

Esse grande volume reflete-se no fato de que, no Brasil, há um relacionamento particular com os shoppings, que são encarados não apenas como ambientes de compra, mas de entretenimento e segurança. Entre os consumidores entrevistados pela pesquisa, 33,5% dos que sentem falta de ir ao shopping responderam ser em razão da recreação (cinema, teatro, eventos). Mais uma razão para os comerciantes olharem com atenção para o empreendedorismo inovador.

“O comércio em shoppings tem um papel importante e não se vislumbra nenhuma ruptura total desse padrão de negócio, mas a pandemia mostrou que os hábitos de consumo estão em transformação. O uso da tecnologia aliada a produtos e atrações específicas será uma maneira de levar esse consumidor ao shopping”, diz Roberta.