O setor brasileiro de tecnologia vive um momento promissor para quem busca uma primeira oportunidade. De acordo com uma pesquisa inédita divulgada nesta quarta-feira (27) pela Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais e Fundação Telefônica Vivo, 82% das empresas do setor planejam aumentar suas equipes nos próximos dois anos — e, dessas, quase metade (46%) pretende direcionar as novas vagas para profissionais juniores, como estagiários, aprendizes e iniciantes de carreira. O estudo, executado pelo Instituto Locomotiva, destaca que o movimento de expansão do mercado de TIC vem acompanhado por um desafio: a dificuldade em encontrar candidatos qualificados para essas posições de entrada.
O macrossetor TIC, que reúne empresas de hardware, software, serviços em nuvem, BPO, consultorias, estatais, operadoras de telecomunicações e áreas internas de TI em outros setores (TI In House), representa atualmente 6,5% do PIB brasileiro, com produção estimada de R$ 762,4 bilhões em 2024 e crescimento nominal de 9%. Apesar do desempenho robusto, a complexidade em contratar profissionais qualificados para cargos de entrada é recorrente. Entre os principais desafios apontados pelas empresas estão a falta de conhecimento técnico, a inexperiência e a alta competitividade na atração de talentos.
“O setor de TIC segue como um dos motores da economia digital brasileira, mas enfrenta um descompasso entre a oferta de profissionais e as competências demandadas. Essa pesquisa é essencial para entender as reais necessidades das empresas e orientar políticas públicas, estratégias de educação e programas de empregabilidade”, afirma Roberta Piozzi, diretora de Parcerias e Projetos de Educação da Brasscom.
O estudo identificou ainda que conhecimentos técnicos específicos como computação em nuvem, cibersegurança, inteligência artificial, formação técnica em tecnologia e proficiência em inglês são apontados como os mais valorizados e, ao mesmo tempo, os mais difíceis de serem encontrados entre os candidatos juniores.
“Os dados da pesquisa reforçam a importância da formação técnica de jovens como uma alternativa de acelerar sua entrada no mercado, já que saem da escola com uma especialidade adicional”, explica Lia Glaz, diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo, instituição cuja atuação engloba a Educação Profissional e Tecnológica (EPT). “Para garantir que mais jovens realmente cheguem no mercado mais preparados é essencial que isso faça parte da política pública de educação, de maneira que a formação dos estudantes garanta a aprendizagem de áreas básicas, como a matemática, incorporando também as competências técnicas e as demandas do mundo do trabalho”, completa.
A pesquisa conclui que investir na formação de profissionais juniores é essencial não apenas para suprir a demanda crescente do setor, mas também para impulsionar a inclusão produtiva, a inovação e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Para ter acesso ao estudo completo, basta acessar o site da Brasscom e fazer o download gratuitamente.