Um novo relatório sobre o uso da IA generativa no setor bancário mostra que os serviços financeiros lideram diante de outros setores na implementação da tecnologia. A pesquisa constatou que 17% dos líderes do setor bancário integraram totalmente a IA generativa em seus processos de rotina. Além disso, atualmente, três em cada cinco usam a tecnologia de alguma forma, e quase todos os outros planejam começar em breve. Ainda há obstáculos, liderados por preocupações com a privacidade e a segurança dos dados, mas o estudo confirmou que os bancos já percebem as vantagens da IA generativa nos negócios.
O estudo “Your journey to a GenAI future: A strategic path to success in banking” [A jornada para o futuro com IA generativa: o caminho estratégico para o sucesso dos bancos], é resultado de um levantamento global multissetorial realizada pelo SAS, empresa de dados e IA, e pela Coleman Parkes Research.
“A IA generativa é, evidentemente, uma grande tendência em todos os setores no momento, mas talvez mais significativamente nos serviços financeiros”, diz Alex Kwiatkowski, diretor de serviços financeiros globais do SAS. “Nosso levantamento revelou que os bancos, assim como as seguradoras, usam a IA generativa com mais frequência do que outros setores. Entre os diversos benefícios observados pelos pioneiros, os mais citados pelos líderes bancários são gestão de riscos e compliance, onde cerca de nove em cada 10 relataram melhorias após a implementação da GenAI.”
Orçamentos comprovam
O interesse dos bancos em IA generativa é quase unânime: 98% dos entrevistados do setor bancário já usam GenAI (60%, empatando com o setor de seguros pela maior taxa de adoção) ou planejam usar nos próximos dois anos (38%). E não é só conversa: 90% disseram que têm um orçamento dedicado à IA generativa para o próximo ano.
Além dos 17% dos líderes bancários que relataram a implementação total em seus processos de negócios, outros 43% indicaram o uso experimental da tecnologia em âmbito empresarial. Seis em cada 10 disseram que implementaram pelo menos um caso de uso da IA generativa até o momento – o maior índice entre todos os setores.
Os bancos também utilizam a IA generativa em vários departamentos e funções de negócios. Em comparação com a média de todos os setores, os bancos usam a GenAI em uma taxa mais alta em marketing (47%), TI (39%), vendas (36%), finanças (35%) e atendimento ao cliente (24%).
“A tecnologia de IA generativa é uma faca de dois gumes para os bancos, pois tornou-se uma arma nas mãos de criminosos que cometem fraudes em uma velocidade muito maior do que os bancos conseguem adotá-la para proteger seus clientes”, afirma Stu Bradley, vice-presidente sênior de soluções de risco, fraude e compliance do SAS. “Porém, uma proteção antifraude melhor é apenas uma das muitas vantagens em potencial que aguardam as empresas que adotarem a GenAI. Na verdade, os líderes pioneiros na implementação já percebem os primeiros retornos de seus investimentos em muitas áreas do banco.”
Resultados
Os benefícios da IA generativa no setor bancário não são apenas aspiracionais; já são realidade, principalmente nos processos internos dos bancos. Entre os líderes bancários que integraram a GenAI, a grande maioria observa ganhos em:
· Experiência e satisfação dos funcionários (90%).
· Gestão de riscos e compliance (88%).
· Ganho de tempo e redução de custos operacionais (85%).
Também, mais de três quartos relataram melhorias na satisfação e retenção de clientes (82%); eficiência no processamento de grandes conjuntos de dados (78%); e vendas ou participação de mercado a partir de insights orientados por dados (76%).
A área de marketing apareceu como a principal área de utilização da GenAI pelos bancos, citada por 47% dos líderes entrevistados. Um outro estudo do SAS, baseado em uma pesquisa separada com profissionais de marketing, revelou que o setor bancário usa a IA generativa com mais frequência nas interações com os clientes (44%) e na geração de textos escritos (33%). Eles também planejam expandir seu uso no próximo ano para segmentação de público (64%) e análise de tendências (64%).
Obstáculos para o sucesso
Como muitos investimentos, a IA generativa envolve um certo grau de risco e incerteza. As principais preocupações dos líderes do setor bancário envolvem a preservação da privacidade (74%) e da segurança (71%) de seus dados e dos dados de clientes. Uma possível solução? Dados sintéticos. Quase um terço (29%) já usa esse tipo de IA generativa e outros 33% planejam usar.
Os desafios de implementação representam outro obstáculo para o setor. Mais da metade (54%) afirma que o uso de conjuntos de dados públicos e proprietários tem sido, ou provavelmente será, um obstáculo para a implementação da GenAI. E quase a mesma quantidade (49%) disse enfrentar desafios para passar a IA generativa da fase conceitual para a prática.
Para finalizar, os líderes bancários também se preocupam com governança e regulamentação da GenAI. Apenas 6% dos entrevistados indicaram uma estrutura atual de governança “bem estabelecida”. A maioria (58%) indicou estruturas “em desenvolvimento”. Porém, mais de um terço as considera “ad hoc ou informais” (27%) ou “inexistentes” (9%).
Os maiores obstáculos para a implementação de governança e monitoramento eficazes? Quase um terço (30%) citou limitações tecnológicas. Outros 30% apontaram a falta de transparência e responsabilidade, um número ligeiramente superior ao de outros setores.
“A GenAI está mudando o universo bancário de maneiras antes inimagináveis – e a uma velocidade surpreendente”, diz Kwiatkowski. “Não há como contornar a governança da IA no setor bancário ou em qualquer outro setor. Uma IA confiável requer uma estrutura centrada no ser humano e deve incorporar os outros princípios fundamentais da inovação responsável – entre eles, inclusão, transparência e responsabilidade.”
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