Sebrae vai adotar modelo de inovação de startups da Espanha

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Instituição firma parceria com universidade espanhola para intercâmbio de conhecimento em inovação 

Em visita técnica à La Salle Technova, universidade empreendedora de Barcelona, a diretoria do Sebrae conheceu, nesta quinta-feira (9), um modelo de universidade com formação empresarial sistematizada, que transforma a sociedade por meio da educação e de negócios com vocação social e econômica. Ao lado do presidente Décio Lima e do diretor técnico da instituição, Bruno Quick, integraram a comitiva brasileira, o presidente Frente Nacional das Micros e Pequenas Empresas, Helder Salomão; a vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, deputada federal Ana Paula Lima; além de representantes do Conselho Deliberativo Nacional e de unidades estaduais do Sebrae. 

Na ocasião, o diretor da La Salle e doutor em ecossistemas de inovação, Josep Piqué, destacou a importância de uma universidade em que o empreendedorismo é o principal objeto de pesquisa e de extensão acadêmico. Na visão do presidente Décio Lima, a visita à La Salle é uma oportunidade de conhecer uma experiência exitosa na área da educação empreendedora, mostrando os passos que o Brasil precisa dar no universo da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo. A proposta é adotar o modelo de sucesso espanhol e trazê-lo para a realidade brasileira. 

“Precisamos criar uma política de Estado que produza essa mesma sinergia entre a criação e o empreendedorismo para garantir, dessa forma, a indução do desenvolvimento econômico, proporcionando aquilo que o país e o mundo mais precisam neste momento: a geração de renda”, comenta. 

Josep Piqué possui larga experiência com a realidade brasileira e hoje dispõe de um diagnóstico voltado para o país, que pode ser replicado em várias realidades, conforme as características de cada região. Além disso, a experiência da Universidade La Salle mostra que o processo de inovação começa com o conhecimento de forma contínua. A etapa final inclui a criatividade e a ideação, seguido pela prototipagem e pela fase de incubação, permitindo estabelecer conexão com os investidores. “As universidades estão em busca de novas formas de negócios”, avalia. 

A La Salle incentiva os cientistas a revalorizarem a ciência através do método científico. Eles criam uma hipótese empresarial e em 10 semanas têm que validá-la. É um programa excepcional, já que todos os anos são criadas cerca de 200 startups”, acrescenta Piqué. “No Brasil não existe esse formato de universidade em que a formação empresarial seja sistematizada. As pessoas têm capacidade empreendedora, mas não têm oportunidades. Isso acontece porque o contexto e o ecossistema são tudo”, comentou. 

Empreendedorismo na prática

A comitiva brasileira conheceu o laboratório da universidade La Salle, onde todos os grupos de pesquisa trabalham juntos para enfrentar desafios comuns, já que um mesmo problema pode ter respostas em diversas tecnologias. Josep Piqué esclareceu que a universidade conta com uma centena de investigadores e mais de 5 mil estudantes no campus. Piqué ainda defendeu que as universidades devem ser sistematizadas para que não só inovem internamente, mas também abram as portas à inovação através de um departamento de investigação e desenvolvimento e de incubadoras de startups. “Todas as universidades deveriam ter um espaço de prototipagem com validação de mercado e validação de negócios”, finalizou o diretor da universidade.