Remdesivir: antiviral produzido pela Gilead Sciences é o primeiro medicamento registrado no país para pacientes internados com COVID-19

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o registro do remdesivir, produzido pela biofarmaceutica Gilead Sciences, para pacientes hospitalizados com COVID-19, tornando-o o primeiro e único remédio aprovado para a doença no país.

O medicamento traz benefícios significativos como a redução de morte pela COVID-19, diminuição da necessidade de ventilação mecânica e do tempo de internação entre cinco e sete dias. “Este é um importante acontecimento, pois acreditamos que muitas vidas poderão ser salvas frente aos benefícios que o rendesivir pode gerar num momento de pico da pandemia, desafogando o sistema de saúde e dando oportunidade para mais pacientes serem tratados adequadamente”, declara Dra. Rita Manzano Sarti, diretora médica sênior da Gilead Brasil.

Além do impacto direto sobre os pacientes, esses resultados certamente representam redução de custo para o país, na medida em que podem diminuir o uso de recursos de saúde e reduzir o tempo de permanência.

“Há exatos 12 meses e um dia a OMS declarou a pandemia pela COVID-19. A aprovação da Anvisa acontece em um dos momentos mais críticos da epidemia no Brasil e estamos empenhando nossos melhores esforços para disponibilizar o produto o mais rápido possível”, declara Christian Schneider, diretor geral da Gilead Brasil.

O remdesivir está aprovado ou autorizado para uso temporário para tratar pacientes em mais de 50 países, EUA, Austrália, Canadá, UE, Hong Kong, Índia, Israel, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan e Emirados Árabes Unidos.

Ação do Remdesivir

Estudos globais como o NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos) vêm reforçando os benefícios do remdesivir. A primeira evidência foi de que pacientes hospitalizados que receberam o medicamento da Gilead se recuperaram cinco dias mais rápido, em média, e pacientes com doença grave, sete dias mais rápido. Esses pacientes gravemente enfermos representavam 85% da população total do estudo.

A segunda conclusão é de que o remdesivir reduziu a probabilidade de pacientes que estavam recebendo oxigênio em baixo fluxo progredirem para estágios mais graves, onde necessitariam de ventilação mecânica ou morte. E, em terceiro lugar, no maior grupo de pacientes do estudo, aqueles que necessitavam de pouco oxigênio, houve uma redução significativa na mortalidade, de 9,9% para 2,6%.

Os dados também apontam a redução da progressão (ou evolução) da doença. “No grupo de pacientes que receberam o antiviral remdesivir, menos pacientes evoluíram para necessidade de oxigênio suplementar ou níveis mais elevados de suporte respiratório, como ventilação mecânica”, explica Dr. Eric Bassetti, diretor médico associado da Gilead no Brasil. Isso se explica porque o medicamento atua reduzindo a capacidade do vírus de se replicar no organismo e interrompe a reprodução, encurtando o curso da doença. “Sabemos que, para pacientes em ventilação mecânica, as chances de sobrevivência são menores. Ao reduzir a progressão da doença, o remdesivir pode impedir que os pacientes entrem neste estágio crítico da doença”, conclui.