O conhecimento sobre gestão nem sempre é fácil de ser assimilado e tanto os mais experientes quanto os novatos no empreendedorismo podem cometer deslizes. Os números não deixam mentir que, em partes, os iniciantes estão sim mais suscetíveis a fechar às portas das empresas: um terço deles encerram suas atividades num período de dois anos, segundo o estudo Sobrevivência das Empresas no Brasil, realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Mas, exemplos não faltam de que, mesmo aquelas mais sólidas no mercado estão vulneráveis às instabilidades do mau gerenciamento.
As crises econômicas, embora algumas vezes usadas como desculpa para esse processo, podem ser interpretadas, também, como uma oportunidade de se atentar aos erros e procurar soluções criativas para driblar as dificuldades. “Há uma infinidade de itens que podem ser melhorados antes de chegar às pessoas que, uma vez desligadas, podem prejudicar a eficiência, qualidade e, consequentemente, a rentabilidade esperada”, pondera Fernando Macedo, CEO da Expense Reduction Analysts (ERA Brasil). O consultor elencou cinco situações de redução de custos das empresas e uma boa solução para implementar no negócio.
1. Energia elétrica – É um dos gargalos permanentes e, desde que orientado corretamente, pode ser facilmente reduzido. Comece, por exemplo, observando a potência das lâmpadas e troque por modelos mais econômicos, como as de LED. Já as salas com iluminação natural, embora sejam boas para poupar energia, tendem a elevar a temperatura do ambiente devido à incidência dos raios solares, forçando o uso do ar condicionado. “A solução, nesse caso, pode ser a instalação de cortinas blackouts, películas de redução de luz, dentre outros. Já o maquinário antigo também figura na lista dos vilões do custo e podem ser eventualmente substituídos por equipamentos mais evoluídos tecnologicamente”, diz.
2. Hora Extra – A hora extra também é sinônimo de custo elevado para as empresas, então, fique atento se não vale a pena realizar contratações ao invés de desembolsar esse valor, principalmente se o trabalho estiver comprometido com a qualidade final. O segredo é se organizar e checar se a demanda excessiva é apenas uma flutuação de trabalho corriqueiro ou é um alerta da necessidade de um novo colaborador.
3. Frota própria – Analise se é realmente necessário ter uma frota própria, pois os custos que envolvem os transportes são também elevados: motoristas, impostos, seguro e manutenção, por exemplo. “Uma sugestão pode ser o investimento na terceirização desse serviço ou, uma vez não sendo vantajosa tal substituição, é recomendável rever e fiscalizar a forma de uso, evitando, portanto, abusos e uso dos veículos para fins pessoais”, comenta o CEO.
4. Estoque – Sobre esse tópico, é importante destacar, dentre outros, dois pontos: o primeiro é sobre o mix de produtos e, o segundo, sobre o tempo de permanência. Fique de olho nos produtos de maior saída e avalie se vale a pena manter uma grande variedade de opções à disposição ou se é melhor focar em poucos com maior saída, pois isso impacta o capital por não gerar receita ao negócio. Já sobre o aspecto da permanência, vale atentar-se sobre o tempo de rotação do estoque, ou seja, quanto tempo determinado produto está demorando em ser vendido. É preciso ter em mente que estoque é investimento e demanda um custo, seja de conservação, no ou armazenamento. O prazo de saída é responsável direto pelo lucro dessa venda.
5. Redução de perdas – “Esse item é muito mais sensível no varejo e é imprescindível para o negócio, pois é fonte de esgotamento de lucro”, avalia Fernando. É essencial manter o ponto de venda no varejo bem estruturado de forma a prevenir o máximo essas perdas, seja por meio dos equipamentos de conservação e processos de reposição, por exemplo. Embora mais comum nesse segmento, o setor industrial também está suscetível as perdas.
6. Conscientizar colaboradores – É muito importante, por fim, conscientizar a equipe e estimular a redução de custos entre todos. “Já existem empresas que desenvolvem campanhas de incentivo aos colaboradores com boas ideias, pois são eles quem estão inseridos no negócio diuturnamente”, conclui Macedo.