Por Maristela Martins, diretora de desenvolvimento de negócios e estratégia da Galileo Financial Technologies, LLC Brasil
Não é novidade para ninguém que as soluções Banking as a Service (BaaS), ou Banco como Serviço, estão causando uma verdadeira transformação na forma como os serviços financeiros são oferecidos. Instituições financeiras, como bancos, fintechs e cooperativas de crédito, já estão utilizando essa tecnologia para expandir, com mais agilidade e menos investimentos, os portfólios de serviços para seus clientes, gerando fidelidade e, consequentemente, novas receitas.
De acordo com pesquisa feita com bancos e cooperativas de crédito globais, 84% dos respondentes concordam que o BaaS representa um novo modelo para crescimento de receita e lucratividade. Mesmo com diversas instituições já utilizando as soluções de BaaS, o estudo revela que esse tipo de tecnologia ficará ainda mais popular no curto prazo, com 30% dos principais bancos (com mais de US$ 1 bilhão em ativos) lançando novos produtos baseados em BaaS até o final de 2024.
Apesar dos obstáculos, muitas instituições implementaram o BaaS com sucesso e estão colhendo os frutos. Em contrapartida, outras ainda estão travadas no processo de adoção. O que essas empresas podem aprender com os líderes que já habilitaram uma solução BaaS ou a tornaram uma prioridade? Vejamos quatro estratégias comprovadas que podem ajudar as organizações a investir em serviços bancários como serviço para gerar resultados:
1. Avalie sua capacidade técnica e escolha o plano de transformação digital certo
Revise as capacidades técnicas, recursos e necessidades de sua empresa e escolha a solução digital certa que se alinhe com seus objetivos. Muitos líderes dizem que “não sabem por onde começar” ao abordar uma estratégia de BaaS. A dica é começar de dentro, avaliando suas capacidades técnicas, necessidades e prioridades estratégicas. Saber até onde vai o apetite pela implementação de BaaS requer o mapeamento dos principais objetivos do negócio para que um manual possa ser criado para ajudar a medir o sucesso da implementação ao longo do caminho.
2. Combine dados com tecnologia
Uma estratégia de dados inteligente desempenha um papel crucial nessa história de sucesso. Saber como acessar e analisar dados valiosos, combinado com a moderna tecnologia de banco digital, dá às instituições flexibilidade e insights para agir com base nessas descobertas. Usando uma plataforma de banco digital nativa de nuvem e centrada em API, as empresas podem criar e fornecer dinamicamente produtos e serviços personalizados para um cliente – ou muitos – e disponibilizar recomendações relevantes em qualquer canal e em qualquer dispositivo.
3. Adote a IA conversacional para reinventar a experiência do cliente em larga escala
Elevar a experiência do cliente e impulsionar o engajamento é um dos principais elementos da solução BaaS, e as empresas podem alavancar ainda mais o envolvimento do cliente por meio de um assistente de conversação com tecnologia de inteligência artificial. Ao contrário de um chatbot, a IA conversacional é uma tecnologia mais sofisticada – conhecida como assistente digital inteligente – que entende o sentimento e a intenção do cliente, responde como um ser humano e reflete a persona da sua marca. Esses assistentes reconhecem voz e texto, decifram diferentes idiomas e sabem quando fornecer IA ou suporte humano para cada interação com o cliente.
4. Avalie seus riscos e o mercado
Habilitar o BaaS significa fazê-lo de maneira segura e sustentável, minimizando a interrupção dos negócios e coexistindo com as operações atuais, sem assumir riscos de conformidade. É por isso que é fundamental que uma plataforma de core banking que aproveite essa experiência seja respaldada pelos mais recentes padrões de conformidade regulatória. Mais do que nunca, as organizações têm a grande oportunidade de contar com ofertas financeiras confiáveis, seguras, flexíveis e personalizadas para seus clientes, dentro da legislação vigente. O mais importante é decidir qual das tecnologias disponíveis no mercado corresponde às suas necessidades e às dos seus consumidores.