Quatro em cada dez brasileiros estão dispostos a trocar de emprego em 2022. É o que revela o estudo “Perspectivas para o Mercado de Trabalho 2022”, realizado pelo PageGroup, consultoria líder mundial em recrutamento executivo especializado, que opera com as marcas Page Executive, Michael Page, Page Personnel e Page Outsourcing na região. Ainda de acordo com a pesquisa, 53,3% dos profissionais na região estão abertos a receber ofertas de trabalho.
“As mudanças no mercado de trabalho provocadas pela pandemia levaram os profissionais a uma reflexão generalizada sobre suas carreiras. Hoje, seja por motivos salariais ou não, muitos estão olhando para novas oportunidades em busca de desenvolvimento pessoal e profissional, o que indica que o compromisso com as organizações das quais fazem parte é relativo”, analisa Gil van Delft, presidente do PageGroup no Brasil.
Participaram do levantamento cerca de 3 mil colaboradores, principalmente executivos de organizações de capital privado e misto de diferentes empresas e setores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá e Peru de setembro a outubro de 2021. O objetivo do estudo foi compreender as principais tendências do mercado de trabalho latino-americano em 2022.
A pesquisa mostra que para reter bons profissionais, as empresas estão adotando estratégias como: oferecer benefícios atrativos combinados com remuneração competitiva (41,3%); oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento (40,3%) e contratos de trabalho flexíveis (22,7%).
Saúde e tecnologia em alta
O estudo também detectou os setores de Tecnologia e Saúde & Ciências da Vida como foco dos mercados emergentes em 2022. Análise e proteção de dados (37%), inteligência artificial (38,7%) e biotecnologia (38,4%) figuram entre as áreas mais valorizadas hoje pelas empresas, gerando um aumento na procura por profissionais que atuem nessas funções.
Modelo híbrido e colaboradores nômades
Quanto à modalidade de trabalho a ser adotada pelas empresas no próximo ano, destaca-se o esquema híbrido. Os dados mostram que houve um retorno parcial ao escritório em todos os países que fizeram parte do estudo. Por um lado, cerca de 20% dos participantes continuam a trabalhar exclusivamente em casa e aqueles que voltaram ao modelo presencial representam 37,5%.
O Brasil desponta sendo o país com a maior porcentagem de colaboradores em esquema presencial, ainda que de forma escalonada: 44,3% asseguraram que estão trabalhando na modalidade híbrida ou mista.
Outra tendência do mercado são os chamados nômades digitais, profissionais que utilizam a tecnologia para trabalhar de maneira remota, independente do lugar onde estejam. A pesquisa revela que 44% das empresas na região têm pessoal trabalhando em um país diferente de sua matriz.
Benefícios muito além dos salários
O estudo revelou que os benefícios que as empresas pretendem oferecer ao longo dos próximos 12 meses vão muito além da remuneração salarial. No caso das empresas brasileiras, por exemplo, plano de saúde (57,9%), horário flexível (52,3%) e bonificação (40,6%) listam entre os incentivos que poderão compor o pacote de atração dos profissionais.