Professor da FGV analisa o “fenômeno Fintech” e dá dicas sobre franquias

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Maior eficiência por um preço mais baixo. Quem não gostaria que seu banco fosse assim? Pois essa é uma característica das startups fintech, modernas empresas que aliam tecnologia e finanças. Não por acaso, elas vêm causando uma verdadeira revolução em todo o mundo, desafiando e colocando dúvidas sobre um sistema bastante antigo e tradicional.

“As startups de fintech estão revolucionando o mercado financeiro brasileiro, mas a entrada nesse mercado requer cuidados especiais, principalmente no que diz respeito às regulamentações e legislações do mercado financeiro e de tecnologia. O empreendedor de fintechs precisa estudar na Internet o mercado que pretende atuar, pois a concorrência é acirrada, além de contar com a ajuda de um contador e um advogado especializado”, alerta o coordenador acadêmico de MBA em Empreendedorismo da FGV, Marcus Quintella.

O professor da FGV garante que a palavra-chave para o sucesso de uma fintech é confiança, ou seja, o empreendedor precisa conquistar a confiança dos potenciais clientes e, para isso, terá de investir pesado em propaganda e marketing do seu produto. “O ideal é começar pequeno, mesmo que o negócio tenha grande potencialidade de crescimento. Outro ponto importante é a plataforma tecnológica que será utilizada, que precisará ser altamente segura, amigável e atrativa”, aponta Marcus Quintella.

Dicas essenciais para montar uma startup de sucesso – O especialista ressalta que os empreendedores que pretendem abrir uma franquia precisam escolher marcas já consolidadas no mercado e ter muito cuidado com franquias novatas no mercado, sem um histórico de atuação que permita uma análise de seus resultados. Quintella alerta também para o cuidado com os modismos, que podem causar prejuízos em pouco tempo.

“A primeira coisa que o empreendedor precisa fazer é estudar o mercado e a concorrência, por meio de pesquisa na Internet e de pesquisa de campo, ou seja, visitar franqueados, conhecer a concorrência de perto e observar as movimentações dos clientes em estabelecimentos similares e concorrentes. Ao mesmo tempo, o empreendedor precisa se qualificar tecnicamente, ou seja, estudar o negócio e buscar ajuda de entidades especializadas em franquias”, explica o professor da FGV.

Marcus Quintella frisa que o empreendedor deve ter muito cuidado com as previsões de resultados alardeadas pelos franqueadores, para vender suas franquias. Segundo ele, geralmente, os franqueadores mostram as previsões de investimentos iniciais, capital de giro, receitas mensais, lucros líquidos e prazo para recuperação do investimento.

“Cabe ressaltar que essas informações são previsões baseadas em médias dos franqueados, que dependerão do local da franquia e das características regionais, entre outros fatores. O empreendedor precisa fazer suas próprias simulações de resultados, por meio de pesquisas de mercado, e validar essas previsões, verificando se as receitas são possíveis de ocorrer. Por isso, um plano de negócios bem executado é altamente recomendado. Outro ponto importante é a capacidade financeira do empreendedor, que precisa ter capital disponível para colocar no negócio, sem comprometer suas finanças pessoais e familiares”, observa o coordenador acadêmico de MBA em Empreendedorismo da FGV.

Por fim, Marcus Quintella recomenda que, após a escolha da franquia, o empreendedor procure um advogado para ajudá-lo na análise da Circular de Oferta de Franquia (COF), documento inicial para aquisição da franquia, que traz o resumo da franquia, histórico e composição acionária do franqueador, valores de investimento, prazo contratual, taxas, território de atuação, obrigações e deveres, entre outras informações. “A franquia deve estar filiada à Associação Brasileira de Franchising (ABF)”, adverte o professor da FGV.