Primeiras economias verdadeiramente “cashless” devem surgir nos próximos cinco anos, prevê A.T. Kearney

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A A.T. Kearney divulgou recentemente o Global Trends 2019-2024, em que elenca as cinco tendências – sejam elas de mercado, econômicas, de saúde ou infraestrutura – que mais impactarão o cenário e o ambiente operacional em todo o mundo.

Este ano, entre elas está a onda de cashless, da economia que não movimenta dinheiro propriamente dito, sobre a qual muito se tem falado. Segundo a análise da consultoria, a economia global é cada vez mais alimentada por transações digitais, tanto nos mercados desenvolvidos, quanto nos emergentes. A previsão é que as transações por meios eletrônicos devem crescer a uma taxa média de 10% ao ano em todo o mundo, entre 2019 e 2024.

O relatório indica que, de fato, o mundo deve conhecer as primeiras economias verdadeiramente cashless nos próximos cinco anos. No entanto, essa tendência não se instalará sem enfrentar resistência, principalmente por parte daqueles que trabalham para mitigar a desigualdade social e as vulnerabilidades nos ecossistemas digital e financeiro. “A revolução cashless deve desacelerar devido à falta de confiança nas instituições financeiras e às controvérsias em torno das empresas de tecnologia. Entretanto, ela não deve parar, e muito provavelmente veremos as primeiras economias desse tipo se estabelecerem até 2024”, diz Flavia Ribeiro, principal da A.T. Kearney Brasil.

O levantamento da consultoria revela que, em todo o mundo, 52% dos adultos que possuem conta corrente em alguma instituição financeira – digital ou tradicional – fizeram ou receberam pagamentos digitais em 2017. O índice era de 41% em 2014. Quando considerados apenas os mercados desenvolvidos, os números saltam para 91% e 86%, respectivamente. Nos mercados emergentes, o percentual é de 44% e 32%.

O dinheiro em papel é mais popular entre as gerações mais velhas. Conforme a análise, nos Estados Unidos, 21% das transações financeiras realizadas por consumidores entre 25 e 54 anos de idade utilizaram dinheiro. Quando analisado o universo de pessoas com 55 anos ou mais, o índice é de 32%. Independentemente da idade, porém, as transações sem dinheiro já são mais do que aquelas cashless.

Implicações para os negócios

“Essa tendência vai gerar algumas implicações para os negócios, e as empresas que estiverem preparadas seguramente conseguirão tirar proveito dela”, diz Flavia. “Os dados gerados pelos pagamentos realizados através de meios eletrônicos trazem informação valiosa sobre o comportamento do consumidor. As empresas devem buscar nesses dados a inspiração e as ideias necessárias para otimizar seus negócios”, exemplifica a especialista.

Além disso, as instituições precisam reforçar suas capacidades de cibersegurança para evitar problemas de reputação, pressões regulatórias e o descrédito de consumidores que valorizam a proteção de seus dados.